Longe das exibições apresentadas nos últimos anos, o Kabuscorp do Palanca teve uma prestação intermitente no recém-terminado Girabola, ainda assim poderia atingir a terceira posição na classificação final, não fosse à retirada de 12 pontos pela FAF, por orientação da FIFA.

Quando os objectivos iniciais passavam pela conquista do título, os palanquinos terminaram em nono, com 32 pontos, agregando os 12, somaria 44, e ficaria no terceiro posto, atrás do Petro de Luanda (segundo, com 54) e do campeão 1º de Agosto (57 pontos).

A formação do Palanca perdeu primeiro seis pontos por dívida com o antigo internacional brasileiro Rivaldo e, depois, pelos mesmos motivos, com o TP Mazembe do Congo Democrático.

De qualquer modo, ainda que o terceiro lugar fosse um facto, o balanço seria da mesma maneira negativa, tendo em conta os propósitos traçados pela direcção do clube, presidida por Bento Kangamba.

Campeão nacional em 2013, o Kabuscorp pretendia repetir a proeza deste ano, mas as oscilações no que tange aos resultados ditaram o seu fracasso.

Quarto colocado em 2017, com 50 pontos, fruto de 13 vitórias, 11 empates, seis derrotas, 40 golos marcados e 29 sofridos, esta temporada conseguiu o mesmo número de triunfos, igualou em cinco ocasiões, mas perdeu por dez vezes. Marcou 42 golos e sofreu 38, sendo a defesa mais batida, juntamente com o Domant do Bengo e 1º de Maio de Benguela.

Apesar de começar o campeonato com uma derrota, por 0-1, com Recreativo da Caála, no Huambo, o Kabuscorp teve um início prometedor, ao alcançar depois três triunfos consecutivos, sendo um deles uma goleada ao Recreativo do Libolo, por 5-0. Antes superou o Sporting de Cabinda (3-0) e o JGM (2-1, resultado anulado face à desistência da equipa do Huambo).

Números que davam garantias de uma época em grande, mas esse empolgamento foi de pouca dura, porque nas jornadas a seguir (quinta e sexta) averbou derrotas pesadas diante de concorrentes directos, nomeadamente frente ao actual campeão 1º de Agosto (1-3) e o vice-campeão Petro de Luanda (0-3).

Com esses resultados, a situação no balneário agudizou-se, com o técnico Sérgio Traguil a não dar conta do recado.

O português tentava arrumar a “casa” para voos mais altos, com algumas medidas que não agradavam os adeptos, com realce para a posição de relegar o capitão e veterano Lami para o banco dos suplentes.

Os resultados positivos teimavam em não surgir, com agravante da equipa ser sancionada, em pouco tempo, com a retirada de 12 pontos.

Sérgio Traguil, que rendera Romeu Filemon e assinara contrato por uma época e outra de opção, não resistiu à pressão e foi afastado no término da primeira volta.

O seu adjunto Quim Manuel assumiu o comando até à chegada do sérvio Kostadin Papic. Ainda assim, as coisas não melhoraram nas hostes palanquinas, talvez afectados psicologicamente pela perda dos pontos administrativamente.

Na segunda volta, viu-se um Kabuscorp sem chama, incaracterístico, com um futebol pouco vistoso, distante das exibições que habituou os seus aficcionados, com jogadas rápidas pelas alas e persistência ofensiva, modelo com o qual conquistou o título de campeão em 2013 e dois segundos lugares (2011 e 2014).

Nesta etapa da prova, averbou derrotas humilhantes, novamente diante dos “militares”, por 0-5, e dos “sambilas”, por 0-4, além de ter perdido igualmente com os tricolores (0-1), com golo apontado já bem perto do final do desafio.

Recentemente, em entrevista à Rádio 5, o presidente de direcção do clube, Bento Kangamba, admitiu o fracasso no Girabola2018, tendo justificado que o mesmo deveu-se à sanção aplicada pela FIFA, bem como à má arbitragem.

Apontou igualmente a Federação Angolana de Futebol (FAF) como uma das culpadas pelo insucesso, por não permitir que a sua formação inscrevesse novos jogadores na segunda volta, dando provimento à reclamação de um jogador cujo nome não foi revelado.

Sobre o futuro, disse que já começaram a trabalhar para a próxima época, onde o objectivo, como sempre, passa pela conquista do troféu.

O Kabuscorp tem no seu palmarés um campeonato ganho, em 2013, e uma supertaça, 2014. Por esta agremiação já desfilaram grandes atletas de renome mundial e africano, nomeadamente o brasileiro Rivaldo, o congolês Tresor Mputo e o camaronês Albert Meyong, melhor marcador do Girabola em 2013 e 2014).