Os jogadores do Saurimo FC, lanterna-vermelha do campeonato de futebol angolano, entraram hoje em greve por tempo indeterminado devido a seis meses de salários em atraso e à falta de pagamento de prémios de jogo.

Em declarações à imprensa, o 'capitão' da equipa 'Dudu' indicou que os jogadores da formação oriunda da capital da Lunda Sul só regressarão ao trabalho quando a direção se pronunciar e resolver o problema, acrescentando que estão abertos a negociar para que se encontre a melhor forma de pagamento.

"Seis meses sem salário é muito tempo de sacrifício. Tudo indica que a província não quer ter uma equipa no 'Girabola', pelo que a greve só terminará caso a direção pague os meses em atraso", sublinhou.

Contactado pela agência noticiosa angolana Angop, o presidente do clube, Eugénio Muacassagem, indicou que a direção não tem condições financeiras para resolver o problema e que, caso a situação prevaleça, a equipa desistirá do campeonato.

Eugénio Muacassagem afirmou que, para a solução da situação, o clube necessita de mais de 90 milhões de kwanzas (cerca de 250 mil euros).

No último jogo, relativo à 23.ª jornada do 'Girabola', disputado no domingo, o Saurimo FC perdeu em casa por 1-0 com o FC Bravos do Maquis, mantendo a última posição com apenas 15 pontos.

Na próxima jornada, caso a situação seja, entretanto, ultrapassada, o Saurimo FC desloca-se a Luanda para defrontar o 1.º de Agosto, líder do campeonato, com 48 pontos.

Em fevereiro passado, também o Atlético Sport Aviação (ASA), atualmente no 14.º lugar no 'Girabola, com 19 pontos, cumpriu vários dias de greve para reclamar o pagamento de oito meses de salários em atraso, situação que acabou por ser ultrapassada.

Ainda na época em curso, em dezembro de 2018, os atletas do Progresso de Sambizanga, antigo clube do ex-jogador do Benfica Pedro Mantorras e que atualmente ocupa o oitavo lugar, com 29 pontos, cumpriram duas semanas de greve devido a 18 meses de salários em atraso.