André Simões marcou presença no PAOK - AEK Atenas, da Liga Grega e viu de perto a situação caricata que marcou o fim-de-semana do futebol grego: o presidente do PAOK entrou armado no relvado, depois de o árbitro do encontro ter invalidado um golo ao defesa cabo-verdiano Fernando Varela e que daria a vitória a equipa de Salónica.

Em declarações ao jornal Record, o médio português de 28 anos contou a angústia que foi ver um presidente armado no relvado, à procura do árbitro do jogo.

"Foi uma surpresa ver o presidente em campo, mas foi realmente um susto vê-lo armado. Não cabe na cabeça de ninguém isto! A partir do momento em que há um presidente armado em campo, tudo é possível. O árbitro sentiu-se ameaçado e nós abandonámos o relvado com ele", começou por contar André Simões, um dos portugueses em campo, ele que é capitão do AEK de Atenas.

O outro era Vieirinha, jogador do PAOK, que tentou tudo para que o jogo continuasse.

"Ainda fui com o Vieirinha ao balneário do árbitro para tentarmos encontrar uma solução, mas ele não abriu a porta do balneário. O Vieirinha estava muito revoltado. É normal. Estivemos duas horas no balneário à espera que nos dissessem alguma coisa. O presidente do PAOK cometeu um ato de terrorismo. E não houve qualquer proteção da polícia, foi quase uma situação do salve-se quem puder", explicou André Simões.

A situação levou o Governo grego a suspender o campeonato. Giorgos Vasiliadis, secretário de Estado do Desporto, explicou que o governo está em contacto com a UEFA, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Esta decisão desagrada a André Simões já que a sua equipa vai bem lançada para a conquista do título na Grécia.

"Cancelaram o campeonato e prejudicaram as equipas todas quando o PAOK é que deve ser castigado. Acredito que tudo se vai resolver, mas se não for a liga ou o governo grego, a FIFA tem de intervir. O clube em causa tem de ser punido. Ainda por cima estamos na liderança do campeonato e agora cancelam tudo...", explicou, em declarações à edição online do jornal Record.

No domingo, o presidente do PAOK Salónica, Ivan Savvidis, entrou em campo armado, já em tempo de descontos, depois de o árbitro ter anulado um golo que garantia o triunfo do PAOK e colocava a equipa na liderança da liga grega.

A polícia já emitiu um mandato de captura para Savvidis e contra os quatro guarda-costas que o acompanhavam. Segundo a polícia, Savvidis é procurado por violação de lei desportiva e não por ter entrado em campo armado, uma vez que possui licença de uso e porte de arma.