A Associação Chinesa de Futebol prometeu hoje reorganizar a equipa e fazer uma "reflexão profunda", após uma derrota com a Síria que complica as possibilidades do país asiático em se classificar para o Mundial no Catar.
A derrota, por 2-1, e a contar para a fase de qualificação para equipas asiáticas, resultou ainda na demissão do treinador italiano Marcelo Lippi como selecionador.
Em comunicado, a associação descreveu o desempenho da equipa como "apenas aceitável" e revelou que a demissão de Lippi foi aprovada.
Na mesma nota, o organismo expressou um "profundo pedido de desculpas" aos adeptos chineses.
As palavras da associação foram amplamente ridicularizadas nas redes sociais e até na imprensa estatal chinesa como forma de minimizar as falhas da seleção.
Trata-se da segunda vez que Lippi, 71 anos, se demite da seleção chinesa. O italiano assumiu o cargo por duas vezes: entre 2016 e janeiro de 2019 e de maio até agora.
"Assumo total responsabilidade e anuncio a minha demissão como técnico da seleção chinesa", afirmou Lippi, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.
Durante aquele intervalo, o banco da seleção foi ocupado pelo também italiano Fabio Cannavaro, que disputou apenas dois jogos, tendo perdido ambos, antes de abandonar o cargo para voltar a treinar o clube chinês Guangzhou Evergrande, que lidera atualmente a superliga chinesa.
Depois de empatar a zero no jogo anterior contra as Filipinas, a China precisava de ganhar à Síria para poder aspirar ao primeiro lugar do seu grupo, a única posição que garante acesso à próxima fase de qualificação.
País mais populoso do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes, mais do que o dobro de toda a União Europeia, a China ocupa o 69.º lugar do ranking da FIFA, atrás da Islândia ou Macedónia do Norte, e muitas outras pequenas nações. A única participação do país asiático num mundial foi em 2002.
O Presidente chinês, Xi Jinping, é um conhecido adepto do futebol, e estabeleceu já três objetivos para a China na modalidade: qualificar-se para a fase final do mundial, organizar um mundial e vencê-lo, em meados deste século.
As equipas chinesas têm realizado gastos recorde em transferências, refletindo a ambição de Pequim, mas profissionais do setor alertam que o escasso investimento na formação poderá comprometer metas nacionais.
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