O Benfica de Bissau contratou dois jogadores brasileiros para “ajudar a aumentar o nível” de futebol da Guiné-Bissau e “projetá-los para as ligas de outros países”, disse à Lusa o presidente do clube, Wilson Pereira Batista.
Leonardo Tavaniel, avançado e extremo, e Rogério Júnior, lateral e médio, ambos com 20 anos, são os primeiros jogadores de futebol brasileiro que vão jogar no campeonato da Guiné-Bissau caso a sua inscrição seja aceite pela Federação do país africano.
A Lusa assistiu ao primeiro treino que ambos fizeram no relvado sintético do estádio Lino Correia, onde o presidente do Benfica de Bissau se mostrou confiante de que serão inscritos pela Federação por serem “jogadores livres”.
Pereira Batista explicou ainda que os dois jogadores estão na Guiné-Bissau ao abrigo de uma parceria que o Benfica mantém com uma agência brasileira à luz da qual haverá troca de atletas entre os dois países.
“A ideia, realmente, é de começar a dar outro nível ao nosso futebol, principalmente no Benfica. O nosso objetivo é começar a fazer com que o clube comece a competir noutro nível e sobretudo na sub-região, nas competições da CAF [Confederação Africana de Futebol)”, disse.
O presidente do Benfica de Bissau, clube atualmente em segundo lugar no campeonato, conta com os dois brasileiros para atacar a segunda volta e vencer a prova, em junho, que é quando as duas partes irão analisar o desempenho dos jogadores e decidir sobre o seu futuro.
Wilson Pereira Batista disse acreditar que a Guiné-Bissau poderá projetar os dois brasileiros para campeonatos de outros países, nomeadamente na Europa.
Ainda a conhecer os movimentos dos futuros colegas no Benfica, Leonardo Tavaniel, que já promete golos e assistências, disse à Lusa que não conhece muita coisa da Guiné-Bissau, mas que se sente animado pelo desafio que acredita irá trazer visibilidade ao campeonato local.
“Isso é muito bom, tanto para a gente quanto para África, para jogadores daqui indo para lá e de lá vindo para cá. […] Eu não conhecia muito da Guiné-Bissau, confesso, mas eu estou bastante animado, gostei bastante, coisa diferente do meu dia-a-dia”, afirmou Leonardo, no meio do treino do Benfica.
Rogério Júnior, que se define como lateral e médio, considerou a ida para a Guiné-Bissau como “oportunidade de sair da zona de conforto", mas também uma montra para ser mais falado no Brasil.
Meio a brincar, Rogério disse acreditar que estando na Guiné-Bissau é mais fácil chegar, “um dia” à seleção do Brasil.
“É uma experiência única aqui. Sei que somos os primeiros a estar pisando aqui, os primeiros brasileiros, uma experiência única e a gente está abrindo as portas para os brasileiros que são bons de bola também poderem vir agregar aqui na Guiné”, acrescentou.
Quanto ao facto de a maioria dos campos de jogos na Guiné-Bissau serem pelados, os dois brasileiros afirmaram que com o tempo se vão adaptar, mas também notaram que o futebol “é igual em todo o mundo”.
Os dois brasileiros explicaram ainda que optaram pelo Benfica de Bissau porque consideram que é a “equipa que joga melhor futebol” na Guiné-Bissau.
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