A Conmebol assinou um acordo com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol para combater o racismo no desporto na América do Sul, anunciou o organismo na quinta-feira (17), após uma série de atos discriminatórios em estádios da região.

A parceria contempla uma assessoria para um plano de literacia racial e de diversidade às equipas técnicas e dirigentes da Conmebol, além de campanhas de consciencialização e educação sobre o racismo.

"Estamos a trabalhar para consolidar espaços livres de qualquer tipo de violência, minimizar qualquer expressão de racismo e discriminação no futebol sul-americano e defender os valores positivos que são a base deste desporto", declarou o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez.

Desde 2022, o organismo lançou o lema 'Basta! Chega de racismo no futebol' e, este ano, endureceu as sanções aplicadas a clubes ou associações cujos adeptos tenham praticado atos discriminatórios nas suas competições. As multas variam 30 mil a 100 mil USD dólares.

Estas punições também podem estender-se a proibições de jogos com público por um ou mais jogos e até mesmo ao fecho parcial de estádios.

"Esta aliança irá dar-nos mais e melhores ferramentas para continuar a avançar nestes objetivos e continuar a levantar a nossa voz, consciencializando e direcionando corretamente as nossas iniciativas para enfrentar este desafio", explicou Domínguez.

O River Plate foi um dos clubes a receber as punições mais graves e advertências da Conmebol, após o jogo contra o Fluminense em Buenos Aires, pela Taça Libertadores da América.

Na altura, os adeptos do emblema argentino foram filmados a imitar macacos na direção dos autocarros que transportavam os adeptos do Fluminense.

O Universitario do Peru também foi punido recentemente por gestos racistas do preparador físico do clube, o uruguaio Sebastián Avellino, que ficou detido no Brasil por vários dias, após a partida contra o Corinthians em São Paulo, pela Taça Sul-Americana, em 19 de julho.