A Conmebol criou um grupo de trabalho liderado pelo ex-atacante brasileiro Ronaldo 'Fenômeno' para combater o racismo, a discriminação e a violência no futebol, anunciou esta quinta-feira (27) o presidente do organismo, Alejandro Domínguez.

"Não queremos um debate sobre o passado, mas sim discutir o futuro", disse o dirigente da Conmebol após um prolongado encontro com lendas do futebol sul-americano e representantes de governos das 10 nações sul-americanas membros da organização desportiva.

A 'task-force' é composta pela ex-secretária-geral da FIFA, Fatma Samoura, e Sergio Marchi, presidente da FIFPro, a Federação Internacional de Associações de Futebolistas Profissionais que representa cerca de 65 mil jogadores de futebol em todo o mundo.

Participaram do encontro, entre outros, os ex-jogadores argentinos Carlos Tevez, Oscar Ruggeri, Claudio Caniggia, o uruguaio Diego Lugano, o brasileiro Mauro Silva e os paraguaios Roberto Acuña e Rogelio Delgado.

O grupo de trabalho, que será formado por outros ídolos do futebol e vários juristas de renome, "trabalhará exclusivamente no desenvolvimento e implementação de estratégias para erradicar o racismo, a discriminação e a violência no futebol sul-americano", explicou Domínguez.

Os participantes vão dedicar-se a abordar o problema "com um enfoque abrangente e soluções concretas para prevenir e punir de forma a erradicar estes comportamentos que afetam tanto o desporto como a sociedade", destacou.

O encontro de Assunção contou com a presença dos presidentes das federações filiadas, embaixadores, ministros, representantes do governo, além de ex-jogadores e associações do futebol.

"Saio daqui com a sensação de que demos um passo muito importante para lutarmos juntos em busca de soluções conjuntas. Nós, lendas do futebol, estamos aqui para ajudar na nossa imagem e no nosso compromisso", disse Ronaldo, campeão mundial em 1994 e 2002.

Por sua vez, Domínguez destacou que a Confederação Sul-Americana de Futebol aplica "as penas mais severas estabelecidas a nível internacional, em alinhamento com a FIFA, a UEFA e as principais ligas do mundo".

A partir de agora, o grupo de trabalho ficará encarregue de gerir uma lista de pessoas impedidas de entrar nos estádios, que incluirá os envolvidos em atos de racismo.

Da mesma forma, serão implementados novos programas educativos dirigidos a jogadores, árbitros, clubes e adeptos, com o objetivo de promover a sensibilização e prevenção do racismo no futebol.