Dois dirigentes da Associação Chinesa de Futebol (CFA) estão a ser investigados pelo órgão anticorrupção da China, numa altura em que Pequim intensifica a campanha para eliminar as fraudes que têm atormentado a modalidade no país.
Chen Yongliang e Liu Yi, o vice-secretário-geral executivo e o ex-secretário-geral da CFA, respetivamente, estão sob investigação por suspeitas de violação da lei, de acordo com um comunicado oficial publicado hoje no portal da Comissão Nacional de Supervisão, o principal braço anticorrupção do Estado chinês. A CFA é o órgão dirigente do futebol na China, que organiza a seleção chinesa de futebol e as competições domésticas.
A investigação ocorreu após Li Tie, ex-selecionador de futebol da China e antigo jogador do clube inglês Everton, ter sido detido, em novembro passado. No mês seguinte, Zhang Lu, guarda-redes do clube Shenzhen, que disputa a Superliga Chinesa, e antigo colega de equipa Li no clube chinês Liaoning, foi também detido.
A seleção masculina de futebol da China é há muito criticada pelos adeptos pelos maus resultados, altos salários dos jogadores e sucessivos escândalos.
Nos últimos anos, Pequim assumiu o desejo de converter o país numa potência futebolística, à altura do seu poder económico e militar. O líder chinês, Xi Jinping, assumiu que quer ver a China qualificar-se para a fase final de um Mundial, organizar um Mundial e um dia vencê-lo.
Em 2016, as 16 equipas que disputam a Superliga chinesa investiram cerca de 460 milhões de euros na contratação de jogadores estrangeiros, abalando o mercado de transferências. Vários clubes da primeira divisão chinesa estão agora falidos e com pagamentos em atraso.
A China figura em 80.º no 'ranking' da FIFA e a única vez que participou na fase final de um Mundial, em 2002, perdeu os três jogos que disputou e não marcou um único golo.
A CFA impôs recentemente punições severas, incluindo banir altos funcionários da maior academia de futebol do país, depois de detetar irregularidades durante um jogo controverso.
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