FC Barcelona e Paris Saint-Germain, com 40 milhões de euros (ME) investidos cada um, perseguiram o surpreendente Lyon no pódio dos clubes com maior despesa na janela de transferências futebolísticas de inverno, que encerrou na quinta-feira.

A aposta em ‘miúdos’ brasileiros uniu catalães e parisienses, tendo o campeão espanhol antecipado a vinda do avançado Vítor Roque, meio ano após ter sido anunciada a venda mais alta de sempre do Athletico Paranaense, com 40 ME fixos, mais 21 ME em bónus.

Já os bicampeões franceses foram buscar o defesa central Lucas Beraldo ao São Paulo por 20 ME, quantia idêntica à da contratação do médio defensivo Gabriel Moscardo, que continuará a representar o Corinthians por empréstimo até ao final da época na Europa.

Sem saídas relevantes, FC Barcelona e Paris Saint-Germain foram superados nas horas finais do mercado pelo Lyon, autor de um inédito heptacampeonato francês logo no início do século XXI, que pagou 50,13 ME na tentativa de fugir aos últimos lugares da Ligue 1.

Os avançados Malick Fofana (17 ME) e Gift Orban (12 ME) chegaram do Gent, o médio Nemanja Matić, que jogou no Benfica, veio do Rennes (2,6 ME) e o centrocampista Orel Mangala foi cedido pelo Nottingham Forest, de Nuno Espírito Santo, a troco de 11,7 ME.

O Lyon selou também vários negócios com os brasileiros do Botafogo, detidos pelo norte-americano John Textor, maior acionista dos gauleses, ao ceder o extremo Jeffinho, tendo adquirido o guarda-redes Lucas Perri (3,25 ME) e o defesa central Adryelson (3,58 ME).

O Rennes, com Azor Matusiwa (ex-Reims, 15,5 ME) e Alidu Seidu (ex-Clermont, 11 ME), também ajudou a Liga francesa a ser a mais gastadora no inverno, tal como o Marselha, que uniu Quentin Merlin (ex-Nantes, 10 ME), Faris Moumbagna (ex-Bodø/Glimt, oito ME), Ulisses Garcia (ex-Young Boys, quatro ME) e Jean Onana, cedido pelo Besiktas, mas viu Renan Lodi (23 ME) reforçar o Al-Hilal, de Jorge Jesus, e emprestou Vitinha ao Génova.

Mais discreto esteve o Lille, de Paulo Fonseca, ao trazer da I Liga portuguesa o extremo Tiago Morais (ex-Boavista, quatro ME) e Rafael Fernandes (ex-Arouca, 2,5 ME), que vai colmatar no eixo defensivo a saída do compatriota Tiago Djaló para a Juventus (5,1 ME).

Os ‘bianconeri’ recrutaram ainda Carlos Alcaraz por cedência do Southampton, num mês agitado em Itália pelo campeão Nápoles, ao qual foram emprestados Hamed Traorè (ex-Bournemouth) e Leander Dendoncker (ex-Aston Villa), com Cyril Ngonge (ex-Hellas, 18 ME) e Pasquale Mazzocchi (ex-Salernitana, três ME) a assinarem vínculos prolongados.

Já Tajon Buchanan (ex-Club Brugge, sete ME) e Filippo Terracciano (ex- Hellas, 4,5 ME) foram as únicas ‘caras novas’ dos ‘vizinhos’ Inter Milão e AC Milan, que juntou 1,5 ME do Génova pela opção de compra de Júnior Messias e cedeu Rade Krunić ao Fenerbahçe.

Num mês em que José Mourinho deixou o comando técnico e Tiago Pinto está prestes a sair do cargo de diretor-geral, a Roma recebeu Angeliño (ex-Leipzig) e Dean Huijsen (ex-Juventus), ambos emprestados, e Tommaso Baldanzi (ex-Empoli, 10 ME), ao passo que Andrea Belotti foi cedido à Fiorentina e Matías Viña ingressou no Flamengo por 8,1 ME.

Se a Lazio foi o único clube da Liga italiana sem entradas, tal como sucedeu com Brest e Le Havre em França, esse lastro foi acentuado em Inglaterra por Arsenal, Bournemouth, Everton, Fulham, de Marco Silva, Liverpool, Manchester United, Newcastle ou Chelsea.

Os ‘blues’ tinham sido líderes mundiais em despesas com transferências nas últimas três janelas, ao pagarem 1.079,29 ME por 28 atletas, mas, face às limitações associadas ao regulamento de sustentabilidade da Premier League, não gastaram dinheiro no inverno.

O campeão inglês e europeu Manchester City depositou 14,5 ME pelo emergente médio ofensivo argentino Claudio Echeverri, que permanecerá no River Plate até dezembro por empréstimo, condição através da qual Kalvin Phillips rumou dos ‘citizens’ ao West Ham.

Se o Crystal Palace foi o clube com maior investimento da Premier League (29,1 ME), o Tottenham custeou o reforço mais caro, ao pagar 25 ME ao Génova pelo defesa central Radu Dragușin, que se juntou em Londres a Timo Werner, mediante cedência do Leipzig.

Num mês em que devolveram ao Liverpool Fábio Carvalho - que rumou temporariamente ao Hull City - e lograram três ME com a saída de Emil Forsberg para o New York, clube também dirigido pela Red Bull, os alemães trouxeram Eljif Elmas do Nápoles por 24 ME.

Jadon Sancho retornou ao Borussia Dortmund por cedência do Manchester United, num trajeto imitado por Ian Maatsen (ex-Chelsea) e invertido por Giovanni Reyna (Nottingham Forest), da mesma forma como Borja Iglesias passou do Betis para o Bayer Leverkusen.

O multicampeão germânico Bayern Munique juntou Sacha Boey (ex-Galatasaray, 30 ME) aos empréstimos de Bryan Zaragoza (ex-Granada, com taxa de 4,5 ME) e Eric Dier (ex-Tottenham), defesa central formado no Sporting, ambos com opção, tal como rumaram a Frankfurt Donny van de Beek (ex-Manchester United) e Hugo Ekitiké (ex-PSG, 3,5 ME).

Borussia Mönchengladbach, Colónia e Heidenheim não exibiram qualquer ‘cara nova’ à Bundesliga, imitando os casos de Athletic Bilbau, Girona, Las Palmas, Osasuna ou Real Madrid em Espanha, onde só o FC Barcelona superou a despesa do Atlético de Madrid.

Além da investida sem custos por Gabriel Paulista (ex-Valência), os madrilenos pagaram 30 ME por Arthur Vermeeren (ex-Antuérpia) e 800.000 euros por Horaţiu Moldovan (ex-Rapid Bucareste), assistindo às saídas de Çaglar Söyüncü (Fenerbahçe, dois ME) e Javi Galán (Real Sociedad), ambos por empréstimo, ou Ivo Grbić (Sheffield United, 2,5 ME).

O Betis amealhou 16 ME com a venda de Luiz Henrique ao Botafogo, num negócio que, caso efetive os quatro ME previstos em objetivos, passará a ser a maior compra feita por um clube brasileiro, fasquia que foi estabelecida pelo Flamengo em 2020, quando ativou junto do Inter Milão uma opção de 17,5 ME por Gabriel Barbosa, ex-dianteiro do Benfica.

- Clubes com mais despesa:

Clube                      País                Valor

Lyon                       França              50,13 ME

FC Barcelona               Espanha             40 ME

Paris Saint-Germain        França              40 ME

Bayern Munique             Alemanha            34,5 ME

Zenit São Petersburgo      Rússia              29,85 ME

Crystal Palace             Inglaterra          29,1 ME

Benfica                    Portugal            27 ME

Rennes                     França              26,5 ME

Tottenham                  Inglaterra          25 ME

Leipzig                    Alemanha            24 ME

Shakhtar Donetsk           Ucrânia             24 ME