O futebolista Gareth Bale anunciou hoje estar pronto a reforçar o movimento de boicote às redes sociais como forma de combater o abuso racista e o assédio online que atingiu dois companheiros da seleção do País de Gales.

"Se todos o fizerem ao mesmo tempo, não apenas uma ou duas pessoas, eu assim faria", disse o avançado de 31 anos na conferência de imprensa antes do jogo com a República Checa, de apuramento para o Mundial2022.

Dois dos colegas de seleção do futebolista do Tottenham de José Mourinho, Ben Cabango e Rabbi Matondo, foram alvo de insultos racistas no Instagram após a vitória de sábado por 1-0 sobre o México, em jogo particular em Cardiff.

“Se esta for uma campanha em que muitas pessoas influentes do desporto e de outras áreas se manifestarem, eu poderia ajudar. Sou totalmente a favor", reforçou.

Na sexta-feira, em mensagem publicada no Twitter, Facebook e Instagram, onde soma 14,8 milhões de seguidores, o francês antigo campeão do mundo Thierry Henry anunciou que iria renunciar às redes sociais, como forma de protesto conta o “racismo tóxico” e o “assédio” perpetrado nas várias plataformas.

Matondo criticou mesmo o Instagram por não reagir suficientemente rápido, dizendo que se tivesse postado imagens do jogo a plataforma as teria removido por questões de direito de autor.

O Instagram disse ter removido 6,6 milhões de itens de discurso de ódio entre outubro e dezembro de 2020, enquanto o Twitter concordou em trabalhar com as autoridades para apagar as mensagens de ódio e calunias racistas, sem, contudo, proibir contas anónimas.

“O racismo e todas as formas de comportamento discriminatório são completamente inaceitáveis e a FAW [federação do País de Gales] condena-o totalmente. Estamos em diálogo com a polícia do País de Gales para garantir que esse comportamento odioso seja relatado e investigado”, disse a federação galesa, após o incidente com os seus dois atletas.

A federação uniu-se a outras associações e clubes galeses para instar as entidades responsáveis pelas redes sociais e as autoridades reguladoras a tomar “medidas mais fortes, eficazes e urgentes contra este tipo de comportamento desprezível”.