Corria o dia 25 de novembro do ano de 1999 e o Benfica viajava até à Galiza para defrontar o Celta na primeira mão da 3.ª eliminatória da Taça UEFA. Mas ninguém adivinhava o que estava para vir, com os encarnados a acabarem por ser humilhados pelos espanhóis e a acabarem goleados por uns históricos 7-0.
Passados precisamente 25 anos, este jogo continua a ser relembrado como uma das noites mais negras da história do Benfica. Foi (e continua a ser) a maior derrota de sempre dos encarnados nas competições europeias e uma das duas maiores derrotas de sempre de clubes portugueses nas competições de clubes da UEFA (nessa mesma temporada, dois meses antes, o V.Setúbal tinha perdido por um idêntico 7-0 com a Roma, também na Taça UEFA).
Naquela altura, o Benfica era orientado pelo alemão Jupp Heynckes na visita a Vigo contou com Robert Enke na baliza. Paulo Madeira e o brasileiro Ronaldo foram os centrais, com Ricardo Rojas e Andrade nas laterais. Kandaurov, Calado, Maniche e Poborsky formavam o meio-campo, com João Vieira Pinto e Nuno Gomes na frente.
A história do jogo são golos e mais golos, sendo que o primeiro foi assinado aos 19 minutos, na transformação de uma grande penalidade convertida por Valery Karpin. Ao fim de pouco mais do que dez minutos, Claude Makélélé alargava a vantagem para dois golos e ainda houve tempo para mais dois golos antes do intervalo: aos 40 minutos, por intermédio do avançado argentino Mario Turdó o lateral esquerdo Juanfran fez o 4-0.
Começava o segundo tempo e esperava-se uma reação da equipa encarnada, que não chegou a acontecer. Aquilo que se viu foi mais uma chuva de golos a pender para o Celta. A segunda metade do jogo ainda mal tinha começado e a equipa da casa voltou a faturar, com Mario Turdó a marcar o segundo na conta pessoal. Passado cinco minutos, Karpin também bisou, colando mais um número no marcador, que assim assinalava 6-0.
O golpe final foi dado à passagem dos 60 minutos por - ironia das ironias - um antigo jogador das águias: Aleksandr Mostovoi fechou a contagem da maior humilhação do Benfica na Europa ao fazer o 7-0.
Para a história ficou também o pedido de desculpas aos adeptos que o então presidente do Benfica, João Vale e Azevedo, obrigou os jogadores a assinarem, lido no dia seguinte ao encontro pelo capitão da altura, João Vieira Pinto, em plena sala de imprensa da Luz.
O Benfica tentou redimir-se na segunda mão, mas o melhor que conseguiu foi evitar nova derrota. As águias viram-se, cedo, em desvantagem, devido a um golo de Benni McCarthy (que anos mais tarde viria a jogar no FC Porto) e o melhor que conseguiram - com vários jogadores que não deixaram muitas saudades na Luz, como Marco Freitas, Tote ou Sérgio Nunes, para mencionar apenas alguns - foi evitar a derrota graças a um autogolo e Cáceres já perto do apito final.
Já passaram 25 anos, mas o jogo continua a ser relembrado sempre que chega o dia 25 de novembro pelo Celta de Vigo como a data em que goleou o antigo bicampeão europeu Benfica. Em contrapartida, o clube da Luz e os adeptos encarnados tentam esquecê-lo e fazer dele uma memória bem longínqua.
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