O Tribunal Federal da Suíça rejeitou o recurso apresentado por Jérôme Valcke, antigo secretário-geral da FIFA, contra a suspensão de 10 anos que lhe foi aplicada devido à revenda ilegal de bilhetes para o Mundial de futebol de 2014.
O dirigente francês, ex-braço direito de Joseph Blatter, que liderou a Federação Internacional de Futebol (FIFA) entre 1998 e 2015, viu a principal autoridade judicial helvética, com sede em Lausana, confirmar a sanção que lhe foi imposta pelos órgãos disciplinares da FIFA, avançou hoje a agência de notícias francesa AFP, citando uma fonte ligada ao processo.
Em causa, além do escândalo relacionado com a revenda de bilhetes para o Campeonato do Mundo do Brasil (2014), Valcke é também acusado de ter feito viagens pessoais em jatos particulares pagos pela FIFA.
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmou em julho de 2018 a suspensão de Valcke durante dez anos de todas as atividades ligadas ao futebol, pelo que o antigo jornalista do francês Canal+, de 58 anos, depois desta decisão da justiça suíça, pode apenas recorrer agora para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, situado em Estrasburgo (França), tal como fez Michel Platini, depois de também ter visto o seu recurso apresentado contra a suspensão de quatro anos ser recusado pelo supremo tribunal de justiça suíço.
Além deste processo, Valcke é também visado num outro processo em que o presidente do Paris Saint-Germain (PSG), Nasser Al-Khelaïfi, também é arguido. Al-Khelaïfi e Valcke estão a ser investigados por corrupção, gestão desleal e fraude, juntamente com "um empresário ligado ao setor dos direitos desportivos", segundo a procuradoria suíça.
Em meados de outubro, o responsável negou ter recebido subornos do líder do PSG e diretor-executivo do grupo BeIN Media, para ceder os direitos televisivos de Mundiais de futebol, mas a justiça suíça suspeita que o antigo dirigente recebeu subornos do empresário para conceder os direitos televisivos, em diversos países, nos Mundiais de 2018, 2022, 2026 e 2030.
"Existe um processo que me acusa de ter beneficiado, especialmente da parte de Al-Khelaïfi, por conceder os direitos televisivos por um valor inferior no Médio Oriente. Quero apenas dizer que não é verdade. Nunca recebi nada em recompensa de outra coisa", disse Valcke em entrevista concedida na altura ao jornal L’Équipe.
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