Os 1.000 golos é uma das ‘marcas registadas’ da carreira de Pelé, um dos dados que alimenta o ‘mito’ daquele que é considerado, por muitos, o ‘rei’ do futebol, o melhor jogador de ‘todos os tempos’, o ‘G.O.A.T.’.
Em 19 de novembro de 1969, no palco dos palcos, o Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro, aquele que foi eleito por uma grande maioria como o melhor jogador do século XX chegou ao mítico milésimo golo da carreira.
De grande penalidade, o ‘rei’ bateu o guarda-redes Andrada e imortalizou o momento, perante 65.157 espetadores, num jogo a contar para a Taça de Prata/Torneio Roberto Gomes Pedrosa, prova que antecedeu o campeonato brasileiro.
Pelé chegou ao encontro com 999 golos e teve de esperar até quase ao final para poder fazer história: “Aos 34 minutos [da segunda parte], penálti para o Santos. O Maracanã ecoa apenas a uma voz ‘Pelé’, ‘Pelé’, ‘Pelé’”.
A história, citando os jornais ‘canarinhos’ de então, foi contada pelo Santos, na altura do 50.º aniversário do feito, e relata também o silêncio do Maracanã enquanto o ‘rei’ ajeitava a bola para marcar a grande penalidade.
Então com 29 anos e ainda ‘somente’ bicampeão mundial, Pelé não falhou e, “às 23:17 do dia 19 de novembro de 1969”, escreveu uma página que “ficará marcada para sempre nos anais da história”, para sair em ombros, com a ‘mítica’ bola nas mãos.
A história aconteceu mesmo, não é lenda, e os registos, embora não coincidentes, indicam que o brasileiro acabou a carreira com quase 1.300 golos – mais precisamente entre 1.279 e 1.284, conforme as várias publicações.
No Guinness World Records, o registo é de 1.283 golos, em 1.363 jogos, entre 07 de setembro de 1956 e 01 de outubro de 1977, sendo que o brasileiro só recebeu o respetivo certificado em 30 de outubro de 2013, uma semana após completar 73 anos.
O total de golos de Pelé incluiu, no entanto, todo o tipo de encontros ‘amistosos’ em que o melhor marcador da história da seleção brasileira de futebol faturou.
Na lista entram todo o tipo de particulares, nomeadamente jogos de homenagem, de caridade, de ‘estrelas’, de seleções com clubes, torneios, de seleções regionais ou militares, num total de mais de 500 golos não oficiais.
Em matéria de jogos a ‘sério’, Pelé continua a ostentar números imponentes em matéria de golos, mas não chega aos 1.000 – são, segundo as contas mais consensuais, 767, em 831 encontros.
A maioria conseguiu-os ao serviço do Santos, num total de 643, entre 1957 e 1974, com destaque para sete na Taça Intercontinental, cinco deles ao bicampeão europeu Benfica, em 1962, e os 16 da Taça Libertadores.
É o melhor marcador da história do ‘peixe’ e também da seleção brasileira, com 77 golos, em 92 encontros, entre eles 12 no campeonato do Mundo, que conquistou em 1958, 1962 e 1970, e oito na única Copa América em que participou (1959) – no Mundial2022, foi alcançado por Neymar, que também chegou aos 77 tentos.
Os restantes tentos conseguiu-os pelo Cosmos de Nova Iorque, clube norte-americano que representou entre 1974 e 1977, marcando por 37 vezes, até à despedida do futebol, em 01 de outubro de 1977, e por seleções estaduais e militares (10 golos).
Estes são os números em jogos oficiais, mas os quase 1.300 golos e aquela noite em que chegou ao milésimo são património de Pelé e da história do desporto, são parte importante da ‘lenda’ daquele que quase todos apelidam como o ‘rei’ do futebol.
Pelé, nascido a 23 de outubro de 1940 na cidade Três Corações, em Minas Gerais, foi o único futebolista três vezes campeão do mundo, em 1958, 1962 e 1970, marcou 77 golos nas 92 internacionalizações pela seleção brasileira e jogou pelo clube brasileiro Santos e pelo Cosmos, dos Estados Unidos.
Foi ainda ministro do Desporto no governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 1998 e eleito o desportista do século pelo Comité Olímpico internacional (1999) e futebolista do século pela FIFA (2000).
Comentários