O Tribunal Penal Federal de Bellinzona, na Suiça, declarou na manhã desta sexta-feira a absolvição de Michel Platini e Joseph Blatter. Os ex-líderes da UEFA e FIFA, respetivamente, estavam acusados de crimes de "fraude, gestão danosa, abuso de confiança e falsificação de documento.".
Os juízes do tribunal suíço anunciaram que não encontraram provas de irregularidades relativamente ao pagamento de dois milhões de francos suíços (valor idêntico em euros) feitos pela FIFA a Platini. Por esta operação, a acusação pedia vinte meses de prisão com pena suspensa, juntamente com o pagamento de 2.23 milhões de francos suíços à FIFA.
Recorde-se que no passado dia 15 de junho a procuradoria suíça pediu uma pena suspensa de um ano e oito meses de prisão para o ex-presidente da FIFA Joseph Blatter e para o antigo presidente da UEFA Michel Platini, acusados de fraude.
O procurador Thomas Hildbrand rejeitou a possibilidade de pedir prisão efetiva para Michel Platini, de 66 anos, e para Joseph Blatter, de 86, mas pediu que a pena suspensa seja acompanhada de dois anos de liberdade condicional.
A procuradoria procurou anular a tese da existência de um contrato verbal entre Michel Platini e Joseph Blatter, de uma consultadoria do primeiro, que levou o antigo presidente da FIFA a entregar ao francês dois milhões de francos suíços (1,8 milhões de euros).
Existe um acordo escrito, de agosto de 1999, que prevê a entrega de 300.000 francos suíços (287.000 euros) a Platini, mas os antigos dirigentes alegam que concordaram em mais 700.000 (669.000 euros) quando as finanças da FIFA o permitissem.
Platini, que viria a ser eleito presidente da UEFA em 2007, apresentou uma fatura no início de 2011, assinada por Joseph Blatter, no valor de 1,8 ME.
Nas conclusões, o procurador Hildbrand deixou claro que mesmo que a FIFA tivesse transferido um milhão de francos suíços para Platini em 1999, o argumento de falta de liquidez do organismo não poderia ser válido, quando as finanças da FIFA tinham mais de 21 milhões (20 milhões de euros) em 1999 e que as reservas chegaram
Ao longo do julgamento, os acusados negaram todas as acusações, afirmando que se tratava de pagamento de retroativos a Platini por serviços de consultoria realizados pelo francês entre 1998 e 2002, naquilo que Blatter classificou como "um acordo de cavalheiros".
A investigação teve início em 2015, no seguimento da série de escândalos de corrupção associados à FIFA. Estas investigações levaram à demissão de Blatter e Platini ainda em 2015; para além disso a FIFA ainda baniu do futebol os dois ex-dirigentes por oito anos, tendo o período sido encurtado para seis.
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