O antigo futebolista Salif Keita, que morreu sábado em Bamako, foi hoje homenageado na capital do Mali por uma multidão de pessoas, incluindo o Primeiro-ministro do país, Choguel Kokalla Maïga.
Keita morreu aos 76 anos, num hospital privado de Bamako, depois de uma bem sucedida carreira como jogador, como ministro e ainda como dirigente da Federação de Futebol do Mali. Entre os clubes por que passou, na década de 70 do século passado, esteve o Sporting.
Centenas de pessoas, desde anónimos até responsáveis do Mali e delegações do Senegal, Costa do Marfim, Guiné-Conacri e França, juntaram-se na Praça do Cinquentenário, junto ao rio Níger, para se despedir daquele que foi o primeiro Bola de Ouro de um país africano, em 1970.
"Deu tudo ao Mali, como jogador, treinador, ministro, dirigente da Federação. O seu centro de futebol deu génios ao Mali", disse Idrissa Melga, amigo e antigo colega de equipa no AS Real Bamako e de seleção.
Retratos de Keita rodeavam o caixão, coberto pela bandeira verde, amarelo e vermelho do Mali e transportado por antigos colegas e pessoas próximas do antigo jogador.
Nascido em Bamako em 1946, numa família de 11 filhos, levou o Stade Malien, em 1965, e o AS Real Bamako à final da Taça dos Campeões africanos e a seleção à final da CAN de 1972.
Em França, esteve cinco anos no Saint-Etienne, onde ganhou três campeonatos e duas Taças de França. Pelos 'verdes' marcou 143 golos em 186 jogos, dos quais 42 na época de 1970/71, quando foi segundo melhor marcador na Europa, atrás do croata Josip Skoblar.
Depois, jogou no Marselha e no Valência, de Espanha, antes de chegar ao Sporting, na época 1976/77 e as duas seguintes. Pelos 'leões', apontou 33 golos em 77 jogos e ganhou uma Taça de Portugal.
Após terminar a carreira nos Estados Unidos, ao serviço do New England Tea Men de Boston, investiu na hotelaria e fundou o primeiro centro de formação de futebol do Mali. Foi ministro delegado e dirigiu a Federação de Futebol do seu país.
Salif Keita vai ser enterrado no cemitério de Hamdallaye, em Bamako.
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