Seis pessoas foram detidas no Gana por suspeitas de estarem implicadas no assassinato de um jornalista de investigação que revelou um esquema de corrupção no mundo do futebol africano, anunciou hoje a polícia ganesa.
"As testemunhas existentes já foram ouvidas e, enquanto falamos, foram detidos seis suspeitos, que foram interrogados e libertados sob fiança", revelou em conferência de imprensa o porta-voz da polícia local, David Eklu.
O jornalista Ahmed Hussein-Suale foi morto a tiro por homens não identificados quando conduzia o seu carro em direção a casa, em Acra, na capital do Gana.
"Estamos a trabalhar no duro para encontrar os autores deste crime, para que eles possam ser acusados", assegurou David Eklu, acrescentando que as autoridades já recolheram vários testemunhos, que vão ser fundamentais para identificar os assassinos.
Ahmed Hussein-Suale integrava um grupo de jornalistas denominado de 'Tiger Eye', liderado por Anas Aremeyaw Anas, jornalista de investigação cujo rosto ninguém conhece, que revelou numerosos escândalos de corrupção neste país da África Ocidental.
O último documentário lançado por este grupo, chamado 'Número 12', foi lançado em junho de 2018 e o jornalista assassinado teve um papel central na sua elaboração.
O trabalho denunciou dezenas de árbitros ganeses e de outros países africanos, bem como vários líderes da Federação de Futebol do Gana, incluindo o seu presidente, devido a terem recebido dinheiro em troca da viciação de resultados em jogos de futebol.
Depois de o escândalo ter sido tornado público, mais de 50 árbitros africanos foram suspensos pela Confederação Africana de Futebol (CAF).
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