O futebolista Alvaro Arbeloa, do Real Madrid, afirmou hoje que «até o presidente do Governo» devia «estar agradecido» ao treinador português José Mourinho, «que evitou que se falasse mais de coisas que se passaram em Espanha».
Em entrevista à agência espanhola EFE, o defesa dos “merengues” saiu em defesa do atual técnico do Chelsea, um dia após a qualificação da seleção espanhola para a final da Taça das Confederações, que se disputa no Brasil.
Arbeloa, que tem sido apontado pela imprensa espanhola como um apoiante incondicional de Mourinho, assegura que os valores do clube foram usados como «uma arma de arremesso» contra o técnico português.
Questionado sobre a sua experiência pessoal durante os três anos de vigência de Mourinho, o internacional espanhol afirmou:
«Deu-me toda essa mentalidade e intensidade de querer ganhar todos os dias, que tenho que trabalhar ao máximo para que, no fim, obtenha êxitos.»
Segundo Arbeloa, o seu alinhamento com Mourinho ter-lhe-á custado «inimizades na imprensa», sublinhando:
«Muitos calaram-se por medo (…) e disse o que pensava quando disseram [os jornalistas] algo que não me agradou.»
Ainda sobre Mourinho, diz-se «agradecido» pelo trato pessoal e pela confiança que lhe deu enquanto profissional de futebol e refuta a ideia de que Mourinho tinha poucos apoiantes no balneário do Real Madrid.
«Muitos mostraram gratidão e agradeceram ao treinador, ainda que, para muita gente, pareça que tenha sido o único a fazê-lo. Não foi assim. Há, no plantel, mais jogadores agradecidos a Mourinho que o contrário», disse Arbeloa.
Por fim, assumiu:
«Creio que o tema dos valores e da imagem são uma arma de arremesso no Real Madrid. E foram utilizados da maneira mais conveniente.»
Arbelou termina comparando Mourinho com o histórico presidente madridista, Santiago Bernabéu, «que também dizia o que pensava».
«Mourinho disse coisas que, bem interpretadas, são valores que sempre existiram, como ganhar dando tudo pelo emblema», disse.
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