Lembra-se de Isaac Cuenca? Corria o ano de 2011/12, quando Pep Guardiola traz da equipa B do Barcelona um avançado conhecido pela sua forma descontraída de jogar e de marcar golos. Isaac Cuenca tinha 20 anos e era chamado pela primeira vez à equipa principal do seu clube do coração.

Na altura, o atual treinador do Manchester City, justificou a chamada do jovem avançado pela sua personalidade: "[É] perfeito e faz com que o melhor dos colegas acabe por sobressair". A verdade é que 12 anos e quatro países de futebol depois, Cuenca pendurou as chuteiras.

Aos 32 anos, o antigo jogador do Barcelona, Granada, Espanyol e Ajax, entre outros, foi obrigado a dizer adeus ao desporto-rei. "A culpa foi das lesões. Fui operado seis vezes aos joelho, ao mesmo joelho. A última operação foi difícil, a recuperação demasiado complicada. Disse, 'já chega!'".

Em 2019 sofreu uma grave lesão que viria a marcar para sempre a sua carreira profissional.

"Só podia treinar uma vez por semana e depois dos jogos a perna inchava como uma bola. Não recuperava bem e médico aconselhou-me a tentar uma última intervenção porque não tinha cartilagem e a tíbia e fémur estavam a chocar muito um contra o outro. Precisava de dois transplantes e voltei então à sala de operações, mas não funcionou, então deixei o futebol", contou.

Na entrevista concedida ao jornal catalão ARA, o jogador diz ainda que o futebol acabou por destruí-lo, mas também o fez renascer: "O mais importante que me ensinaram no mundo do futebol é que nem tudo é como queres. Se achas que és o melhor, há sempre outro melhor que tu. Se acreditas que és espectacular, corres o risco de te lesionar e ninguém te quer".

Ao recordar os tempos no Barça de Guardiola, Cuenca diz que se sentia "deslocado". "Apesar do dinheiro, sentia-me sozinho. Compras tudo o que queres, tens tudo o que desejas, mas não deixas de te sentir sozinho".

Isaac Cuenca reforma-se assim aos 32 anos, depois de 223 jogos e 27 golos. Recordemos aqui algumas das maravilhas que este 'freestyler' fazia em campo.