Baba Sule. O nome pode dizer pouco a alguns adeptos de futebol, mas este ganês já foi um dos jovens mais promissores do seu país. Campeão do Mundo de sub-17, Baba Sule tinha tudo para ser uma estrela do futebol mundial. As várias lesões e uma hepatite roubaram-lhe o sonho de vingar no desporto-rei. O Fuenlabrada, da 3.ª divisão de Espanha, deu-lhe a mão e arranjou-lhe emprego como roupeiro do clube. A história é contada pelo jornal espanhol ´Marca`.

Com rouba de trabalho e a recolher as bolas de treino, é com alguma saudade que Baba Sule recorda os tempos em que havia uma lista de pedidos de jornalistas, a solicitar entrevistas. Este campeão do Mundo de sub-17 pelo Gana frente ao Brasil em 1995 (marcou na final a Júlio César, atual guarda-redes do Benfica), começou a sua carreira em Espanha pelo Maiorca. Mais tarde cumpriu o sonho de assinar pelo Real Madrid, mas nunca chegou a jogar pelo clube merengue.

O ganês encontrou em Fuenlabrada uma oportunidade que poucos ex-futebolistas conseguiram: uma oportunidade para voltar a ser feliz num balneário, mesmo sendo como roupeiro e não como futebolista. Porque, como jogador, a sua carreira foi marcada por lesões. Chegou à Espanha em 1996/1997 para jogar no Maiorca, depois de ter estado no Mundial de sub-17 onde marcou dois golos, mas uma hepatite travou a sua progressão. Foi emprestado ao Ourense no ano seguinte, onde sofreu uma rotura do cúbito e rádio. Antes disso, ainda foi a tempo de mostrar as suas qualidades, no Mundial de sub-20 pelo Gana em 1997 na Malásia, tendo ficado no quarto lugar.

Apesar de todas estas contrariedades, o Real Madrid viu qualidades em Baba Sule e avançou para a sua contratação em 1999. Foi colocado na equipa B, para que pudesse desenvolver o seu futebol. Apesar disso, nunca chegou a jogar com a camisola merengue e acabou por ser emprestado ao Leganés, da Segunda divisão. E aí começou o seu verdadeiro calvário.

"Tive uma rotura dos ligamentos [do joelho] no primeiro jogo da época. Recuperei e no dia em que voltei a jogar, voltei a lesionar-me no joelho. Foi muito duro para mim", contou o ganês, atualmente com 38 aos, ao jornal ´Marca`.

Em 2006 foi obrigado a retirar-se do futebol quando o seu corpo já não aguentava mais lesões e, a partir desse momento, teve de ir à procura de trabalho para sobreviver. Viveu de perto a ascensão de David De Gea no Atlético Madrid e fez quilómetros como motorista do atual guarda-redes do Manchester United, quando este estava nas camadas jovens dos ´colchoneros` e viva em Toledo, longe do centro de estágios do Atlético Madrid.

"Ajudei-lhe com o inglês e com essas viagens [entre Toledo e centro de estágios do Atlético] e hoje falamos às vezes", conta Baba Sule, que até foi eletricista e trabalhou no El Corte Inglés em Espanha.

Foi há coisa de dois anos que a sua vida mudou, depois de receber uma chamada do Fuenlabrada. Hoje é um dos roupeiros mais reconhecidos e sente-se feliz por voltar ao desporto que teve de abandonar por questões de saúde.

"Disseram-me que precisavam de um responsável pelo material. Sempre tive saudades do futebol e queria voltar a reencontrar-me com este mundo. Nem pensei duas vezes", contou.

Hoje, Baba Sule disfruta do que mais gosta de fazer e representa melhor o lema do Fuenlabrada: "Cabeça, Coração e Alma".

*Feito a partir de uma reportagem do jornal Marca

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