O Deportivo da Corunha conseguiu hoje fazer avançar a sua proposta de convénio na assembleia de credores realizada a Audiência Provincial da Corunha, com os votos favoráveis de 59,44% dos credores, mas não da Agência Tributária espanhola.

Em meia hora de reunião, em que estiveram representados 81,88% dos credores de dívida ordinária, equivalente a 24,7 milhões de euros, opuseram-se à proposta do clube a Agência Tributária, maior credor do emblema galego, Segurança Social e dos uruguaios do Nacional de Montevideu.

O conselho de administração do clube da segunda divisão espanhola de futebol conseguiu que a maioria dos credores ordinários aceitasse um acordo que pressupõe um perdão de 33% da dívida ordinária, e o pagamento em 17 anos, com dois anos de carência e sem pagamento de juros.

A outra proposta, elaborada pelas Finanças, não chegou a votar-se, ao ser aprovada a do Deportivo, que tinha prioridade na assembleia. A da Agência Tributária previa o pagamento de dívida privilegiada em oito anos, com um juro de 2%, enquanto ao restante crédito, a pagar em 10 anos, se aplicaria um perdão de 45%.

Agora, os credores têm 10 dias úteis para apresentarem eventuais reclamações. Depois de analisadas, o juiz encarregado do processo emitirá uma sentença sobre o convénio, o que não acontecerá antes do fim do mês, altura em que o clube já terá outro conselho de administração, já que o atual elenco, liderado pelo histórico Augusto

César Lendoiro, deixará o clube na assembleia de acionistas de 21 de janeiro.

Apesar do acordo agora alcançado, a situação financeira do "Depor" é muito complicada, uma vez que a sua dívida total ascende a 160 milhões de euros, dos quais 100 à Agência Tributária, que tem privilégio sobre 60 milhões.

Assim que o juiz emitir a sentença, o fisco pode reativar os embargos ao clube e, se mantiver a postura, não concederá adiamentos para o pagamento dos créditos privilegiados, o que pode comprometer o plano de pagamentos do emblema galego.