Depois de um longo namoro, o casamento. Mbappé vai mesmo ser jogador do Real, o atleta e o clube madrileno já o oficializaram, colocando o ponto final numa longa história que se começou a contar antes mesmo de existir.
Com contornos cinematográficos, a saída do internacional francês aconteceu num cenário de pesadelo para o PSG, que vê partir a sua maior estrela - provavelmente a mais brilhante de sempre - a custo zero. Uma catástrofe, se tivermos em conta que o avançado é, atualmente, um dos jogadores mais valiosos do mundo. De acordo com o portal 'Transfermarkt', com um valor de mercado estimado em 180 milhões de euros. A título de exemplo, e por curiosidade, o mesmo valor atribuído a Erling Haaland, avançado do Manchester City.
Mbappé sai a custo zero, um luxo para o Real Madrid, mas desengane-se quem pensa que o vencedor da Liga dos Campeões não teve de abrir os cordões à bolsa.
Senão vejamos: Apesar de não ter de pagar nem um cêntimo ao PSG, o clube presidido por Florentino Perez terá de pagar, logo à partida, um chorudo prémio de assinatura ao jogador gaulês. A Sky Sports estima o valor em 117 milhões de euros, enquanto a BBC aponta para 150 milhões de euros. O avançado de 25 anos nascido em Bondy, nos arredores de Paris, receberá a quantia por inteiro, embora exista a possibilidade do pagamento ser diluído pelos cinco anos de contrato, até 2029.
Ao prémio de assinatura acresce um salário anual de 15 milhões de euros, segundo estimativas dos jornais desportivos espanhóis AS e Marca. Um valor relativamente inferior aos auferidos por outras estrelas do clube merengue, como o inglês Jude Bellingham, o belga Thibaut Courtois, a lenda croata Luka Modrić, o austríaco David Alaba e o brasileiro Vinícius Júnior, de acordo com relata na publicação suíça 'Blick'. A diferença gritante justifica-se com o prémio de assinatura acima mencionado. Somando-o ao vencimento, repartindo pelos cinco anos de contrato, Mbappé irá receber por época entre 35 ou 45 milhões de euros, ultrapassando assim qualquer um dos futuros colegas de equipa.
A tudo isto, há ainda que somar os sempre expectáveis bónus pelo cumprimento de objetivos individuais e coletivos que, como se sabe, são frequentemente atingidos pelos atletas e pelo clube nos últimos anos com diversas conquistas nacionais e internacionais.
Mas não será apenas Mbappé o privilegiado pelo milionário acordo. De acordo com a generalidade da imprensa espanhol, os galáticos devem ficar com 80% dos direitos de imagem do ex-PSG. Uma percentagem assinalável, mas condizente com a maioria dos atletas merengues. No passado, a exceção foi Cristiano Ronaldo, que nunca perdeu a maioria de percentagem dos seus direitos de imagem.
O adeus a Paris, mas não ao PSG. Ainda há tanto por resolver
Mbappé despede-se do PSG ao fim de 10 temporadas, mas o diferendo com o clube francês está longe de estar concluído. E tudo por causa de 80 milhões (coisa pouca!), que o avançado entende que ainda tem a receber. Do lado do campeão francês, o seu dono, Nasser al-Khelaïfi, parece irredutível no pagamento da quantia exigida pelo craque. Em causa, o diferendo entre o jogador e o clube no início da última época.
Ao saber que o avançado se preparava para querer deixar o clube no final da temporada, o presidente chegou a ameaçá-lo de que não jogaria mais pela equipa principal, como forma de castigo. Depois de algumas negociações, nas quais estiveram envolvidos o treinador, Luis Enrique e o diretor desportivo, Luís Campos, recentemente muito elogiados pelo próprio jogador, Mbappé garantiu abdicar do valor para evitar ser privado de jogar.
Nasser al-Khelaïfi teria esperança de que o Real Madrid pagasse a quantia ao clube, mas o presidente do Real Madrid recusou fazê-lo, o que gerou um volte-face na posição do dono do clube francês. Mbappé culpa Nasser por não ter cumprido com a sua palavra e acusa-o, inclusive, de ter pressionado o seu treinador para que lhe desse menos tempo de jogo. Como resultado, o craque francês sente-se injustiçado e já não está disposto a abrir mão dos 80 milhões de euros que lhe foram prometidos.
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