O treinador português Miguel Cardoso considerou hoje um “privilégio” chegar ao comando do Celta de Vigo, clube com “uma identidade muito própria” e uma equipa de futebol que quer competitiva.

“Neste momento o mais importante é iniciarmos um processo coletivo e que os jogadores o compreendam mais rápido possível. Criar uma equipa competitiva, são as que ganham mais”, referiu o treinador, durante a apresentação oficial.

Miguel Cardoso, de 46 anos, foi anunciado na segunda-feira como novo treinador do Celta de Vigo, em substituição do argentino Antonio Mohamed, que deixa a equipa com apenas três vitórias em 12 jogos e na 14.ª posição da Liga espanhola.

“Neste momento só é questão o que se passa no Celta, a minha preocupação é o que a partir deste momento o treinador Miguel Cardoso pode fazer para continuar o processo de crescimento deste clube”, disse o treinador, quando questionado se chegou a ser contactado pelo Sporting.

O técnico, que tinha iniciado a época nos franceses do Nantes, clube do qual foi despedido à oitava jornada, disse ter recebido de Vigo uma proposta “irrecusável”, que é “um passo muito” grande na carreira.

“Mostraram uma vontade muito forte que estivesse aqui hoje, irrecusável pelo projeto em si, pela dimensão do clube, um passo muito forte na minha carreira (...). Com uma vontade de fazer bem, determinação para fazer um Celta mais forte e mais capaz”, acrescentou.

O treinador não quis apontar metas na classificação, mas explicou querer “um crescimento sustentado da equipa”, referindo existirem jogadores com qualidade no Celta de Vigo.

“Os resultados aparecerão quanto melhor for o nosso desempenho nestas tarefas”, disse, adiantando que chegar à Liga espanhola é “um motivo de grande orgulho”, mas que não retira nada ao caminho que fez em outros clubes.

Questionado sobre se tem semelhanças com José Mourinho, Miguel Cardoso referiu que se um dia chegar a ter um palmarés idêntico será extraordinário, explicando que o atual técnico do Manchester United “é uma referência”.

“Tive a oportunidade de me cruzar com José Mourinho no FC Porto, trabalhava na equipa B e foi um privilégio muito grande. Mourinho é Mourinho, marcou um espaço para os treinadores portugueses a nível europeu”, defendeu Miguel Cardoso.

No Celta de Vigo, o treinador terá a sua segunda experiência como técnico principal no estrangeiro, depois do Nantes, clube em que entrou nesta época, proveniente do Rio Ave.

Antes, passou, como preparador, pelo Belenenses e como adjunto pela Académica, Sporting de Braga, Sporting, Deportivo da Corunha (Espanha) e Shakthar Donetsk (Ucrânia).