José Mourinho chega ao Real Madrid depois de ganhar a Liga dos Campeões e em Madrid vão certamente exigir-lhe o mesmo. O técnico tem consciência dessa pressão e diz que é isso que o motiva a enfrentar mais um ano de trabalho.

“Se não for a pressão a mover-me o que será? Dinheiro não é, prestígio também não, pois tenho a noção clara de que se a minha carreira acabasse amanhã ou não conquistasse mais nada, esta continuaria a ser histórica e difícil de igualar.”

Mourinho confessou-se um apaixonado pelo futebol e por isso mesmo revelou que quer continuar a trabalhar por muitos mais anos, adiantando que o Real Madrid é um desafio à sua altura.   

Mourinho recordou o ano de glória ao serviço do Inter e reconheceu que foi o grupo mais fantástico que teve, mas admitiu que estava cansado da falta de consideração pelo seu trabalho em Itália.

“Matei-os! Eles não queriam nada que eu ganhasse e eu fui ficando um bocado cansado e desgastado no prazer de fazer o meu trabalho, mas que foi sendo alimentado por um grupo completamente fantástico e que se calhar foi o mais fantástico de todos.”

A conquista da Liga dos Campeões foi o culminar de um ano histórico e Mourinho sobrevaloriza a proeza por ter sido conseguida jogando quatro vezes com a “melhor equipa do Mundo: o Barcelona”:

“É difícil ganhar uma Champions que tem um Barcelona em competição. O Barcelona é a melhor equipa do Mundo e ganhar a Champions jogando quatro vezes contra eles e disputando a meia-final em Barcelona é fantástico.”

As críticas choveram pela actuação do Inter em Camp Nou, mas Mourinho não tem meias palavras para esses comentários.

“Como as pessoas não gostam que eu ganhe e não gostam que o Barcelona perca, falaram apenas do segundo jogo, onde o Inter – repito – não meteu o autocarro, mas sim o Airbus. Mas, no primeiro jogo, o Inter rebentou com o Barcelona. Depois fomos a Barcelona para ganhar a Champions e ganhámos.”