Está confirmado: Carlo Ancelotti está de regresso ao Real Madrid e vai ocupar o lugar deixado por Zinedine Zidane.

O técnico italiano assinou por três temporadas com os 'blancos' e a apresentação decorrerá amanhã.

É a segunda passagem de Carlo Ancelotti pelo Real Madrid: na primeira passagem, entre 2013 e 2015 arrecadou uma Liga dos Campeões, uma Copa del Rey, uma Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes.

O técnico de 61 anos está de regresso a Espanha, depois de já ter passado pelas 'big five' europeias, com passagens por Itália, onde começou (Parma, Juventus, Milan), Inglaterra (Chelsea e Everton), Alemanha (Bayern Munique) e França (Paris Saint-Germain).

O Real Madrid passa a ter no banco um dos treinadores mais titulados do futebol europeu: Ancelotti tem o seu nome na conquista de dois Mundiais de Clubes, três Ligas dos Campeões e três Supertaças Europeias.

Esta é uma nova oportunidade de Ancelotti juntar o último título das 'big five' que lhe falta no currículo: o italiano já conquistou a Serie A, Premier League, Ligue 1 e Bundesliga (2x), faltando apenas a La Liga para completar o quinteto.

A estas conquistas junta ainda uma Taça de Itália, uma Taça de Inglaterra e uma Taça do Rei.

Carlo Ancelotti ocupa o lugar de Zidane, que anunciou a sua saída do clube no passado dia 27 de maio.

“O Real Madrid CF comunica que Zinedine Zidane decidiu dar por concluída a sua atual etapa como treinador do nosso clube. É tempo de respeitar a sua decisão e mostrar o nosso agradecimento pelo seu profissionalismo, dedicação e paixão durante estes anos todos”, referiu o clube.

Os ‘merengues’ terminaram a época 2020/21 em segundo lugar na liga espanhola, atrás do rival Atlético de Madrid, foram eliminados nos 16 avos de final da Taça do Rei de Espanha, nas meias-finais da Supertaça espanhola e nas meias-finais da Liga dos Campeões.

Foi a segunda vez que Zidane ‘bate com a porta’ no Real Madrid, depois de em 2018 ter renunciado ao cargo, poucos dias depois de ter conquistado o terceiro título consecutivo na Liga dos Campeões, com os espanhóis a baterem na final o Liverpool por 3-1.

Depois de sair, em maio de 2018, Zidane não voltou a treinar e só regressou ao Real Madrid em março de 2019, menos de um ano depois, para substituir Santiago Solari, substituto de Julen Lopetegui, que esteve pouco mais de dois meses no cargo.

Como treinador do Real Madrid, Zidane conquistou três Ligas dos Campeões, dois Mundiais de clube, duas supertaças europeias, duas ligas espanholas e duas supertaças de Espanha, sendo que apenas dois destes troféus, uma supertaça e uma liga, foram alcançados na segunda passagem pelo clube.

“Zidane é um dos grandes mitos do Real Madrid e a sua lenda vai mais além do que foi como treinador e jogador do nosso clube. Ele sabe que está no coração do ‘madridismo’ e que o Real Madrid é e será sempre a sua casa”, acrescentou o clube.

Dias mais tarde, o técnico francês apontou a falta de confiança da direção liderada por Florentino Pérez como principal causa da sua saída.

“Fui embora não por me sentir cansado ou querer ‘abandonar o barco’. Em maio de 2018, saí por sentir que a equipa precisava de um novo discurso para se manter ao mais alto nível. Atualmente, as coisas são diferentes, sinto que o meu clube não me dava a confiança de que preciso, não me apoia num projeto a médio e longo prazo”, escreveu Zidane.

Numa carta aberta publicada ontem no diário desportivo espanhol AS, o francês afirmou conhecer a exigência de um clube como o Real Madrid, “onde quando não se ganha, se deve sair”, mas considerou que foi esquecida “muita coisa importante” como a relação com os jogadores e com as cerca de 150 pessoas que trabalham com a equipa.

“Não queria privilégios, claro que não, mas apenas mais um pouco de memória”, referiu Zidane, cuja saída foi anunciada na quinta-feira, após uma época sem conquistar qualquer título.

O antigo internacional francês considerou que no futebol atual “a ‘vida’ de um técnico no banco de um grande clube ronda as duas épocas, não mais”, mas frisou que, na sua opinião, “as relações humanas são essenciais e mais importantes do que o dinheiro e a fama”.

“Doía-me muito quando lia na imprensa, após uma derrota, que me iam substituir se perdesse o jogo seguinte. Doía-me a mim e a todo o plantel, porque estas mensagens, passadas intencionalmente à comunicação social, tinham efeitos negativos no plantel e criavam dúvidas e mal-entendidos”, afirmou.

Na carta, Zidane agradece o carinho que recebeu no clube, enquanto jogador e como treinador: “Vesti a camisola do clube, pela primeira vez, há 20 anos, e logo senti o carinho de todos. Sempre senti que havia algo muito especial entre nós. Tive a honra de ser jogador e treinador do clube mais importante do mundo, mas antes de tudo, sou mais um ‘madridista’”.