Rodrigo Moreno, avançado internacional espanhol do Valência, que já representou o Benfica, apontou o dedo à forma como as autoridades espanholas e as entidades responsáveis pelo futebol naquele país e na Europa começaram por lidar com a COVID-19. O atacante critica, sobretudo, o facto de o Valência-Atalanta, da segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, ter sido disputado, ainda que á porta fechada, em meados de março, numa altura em que o vírus já mostrava proporções consideráveis.

A partida acabou por juntar centenas de adeptos nas imediações do Estádio Mestalla, contribuindo para a propagação do novo coronavírus, sublinhou Rodrigo. "Esse jogo foi um dos maiores pontos de contágio. Foi uma desvantagem para nós. Não entendíamos por que razão os adeptos estavam à porta do Mestalla. Varremos a areia para debaixo do tapete e não reagimos até começarem a morrer pessoas", lamentou em declarações reproduzidas pelo jornal 'Marca'.

Agora, com a situação a acalmar e com o retomar progressivo das competições, ainda que com jogos sem espectadores, Rodrigo considera que jogar sem público descaracteriza por completo o jogo. "É feio. Parece um treino, não sentes que é um jogo oficial. Quem se adaptar melhor à nova situação tirará proveito", reconheceu.

Recorde-se que, pouco tempo após o embate com a Atalanta, o qual terminou com o apuramento da formação italiana após triunfo por 4-3 no Mestalla (8-4 no conjunto das duas mãos), o Valência viu vários elementos testarem positivo à COVID-19.

Em entrevista à rádio COPE, o internacional espanhol lamentou ainda o recente episódio com quatro jogadores do Sevilha (Lucas Ocampos, Éver Abnega, Franco Vázquez e Luuk de Jong), que violaram o protocolo de confinamento, ao reunirem-se num grupo com mais de 10 pessoas durante um almoço.

“É algo que não pode acontecer. Temos que ser responsáveis. Não só durante os jogos da Liga. Temos que ser os primeiros a dar o exemplo. Temos que ser um exemplo para os outros e cumprir o que é preciso cumprir”, afirmou Rodrigo.