A contratação de Malcolm por parte do Barcelona ainda vai dar muito que falar. O jovem extremo brasileiro tinha tudo acertado com a AS Roma, onde era esperado esta terça-feira para realizar os habituais exames médicos mas, à última da hora, o Barcelona intrometeu-se no negócio, ofereceu mais dinheiro ao Bordéus e desviou o esquerdino para a Catalunha.

Este negócio ainda vai fazer 'correr muita tinta', principalmente em Itália, onde a postura do Barcelona está ser muito reprovada.

Monchi, diretor desportivo da AS Roma, explicou o que falhou no negócio.

"É fácil explicar o que aconteceu com o negócio de Malcolm mas difícil de entender. É um jogador que gostávamos de ter, tinha os atributos que procurávamos. Começamos as negociações com o Bordéus e com o jogador, através do seu agente, mais ou menos há uma semana. Depois de três ou quatro dias de intensas negociações, na segunda-feira, por volta das 17h00 [hora italiana], chegamos a um acordo com o jogador, o seu agente e o Bordéus. O negócio estava feito e tivemos permissão para trazer o jogador até Roma para os exames médicos. Tínhamos um avião preparado para o trazer e tudo", começou por contar Monchi, ao site da AS Roma.

O diretor desportivo da AS Roma já sabia que havia muitos clubes interessados no craque brasileiro, por isso teve de fechar o negócio o mais rápido possível. Mas, se calhar, não foram rápidos o suficiente.

"Sabia do interesse do Barcelona mas já tínhamos tudo tratado. Pelo que foi uma surpresa quando um dos representantes do jogador telefonou-me para me dizer que o Bordéus tinha cancelado a permissão do jogador viajar para Roma. Liguei ao presidente do Bordéus que me disse que tinham recebido uma melhor oferta do Barcelona e que se não aumentássemos a nossa oferta, não iríamos ter o jogador. Respondi-lhe que já tínhamos um acordo, mas ele disse que nada estava assinado ainda, apesar de ter havido troca de documentos para serem assinados. Informei o nosso presidente sobre o sucedido,, ele deu-me autorização para aumentar a proposta, que era melhor que a do Barcelona. Fi-lo contra a minha vontade mas ele insistiu", explicou.

"Informei o presidente do Bordéus e os agentes do jogador que a AS Roma estava pronta a bater a proposta do Barcelona. O presidente disse que tinha de enviar a proposta de forma oficial. Enviei os documentos com a oferta, o presidente do Bordéus e os agentes de Malcolm disseram-me que se houvesse acordo, iríamos concluir o negócio e o jogador teria a permissão para viajar para Roma ainda esta terça-feira. Hoje [terça-feira] falei com o agente de Malcolm, Fernando Garcia, que tinha uma reunião com o Bordéus planeado para o meio-dia para confirmar que tudo estava OK para o jogador viajar para Roma. Mas depois da reunião, os agentes do jogador e o presidente do Bordéus vieram pedir mais dinheiro pelo jogador porque o Barcelona continuava a aumentar a proposta. Disse-lhe que não, que não iríamos entrar num leilão pelo jogador. Só subimos a proposta pelo jogador por insistência do nosso presidente", contou.

A AS Roma vai tentar perceber agora se o há dados que permitem levar o Barcelona para os tribunais.

"Estamos a estudar opções, a ver se é legal. É verdade que não havia nada assinado, mas há muitas mensagens com os agentes e o presidente que vale a pena avaliar", atirou.

Os catalães pagaram 41 milhões de euros por Malcolm, com a possibilidade de mais um milhão, dependendo de variáveis, desviando o atleta do conjunto romano, que anunciou a sua contratação na segunda-feira, a troco de 40 milhões de euros.

O futebolista de 21 anos chegou esta noite a Catalunha, fazendo os exames médicos na quarta-feira, para se juntar posteriormente aos companheiros, no estágio que decorre nos Estados Unidos, onde a equipa participa na International Champions Cup.

Malcom foi formado no Corinthians e, aos 18 anos, rumou ao Bordéus - em janeiro de 2016 -, clube no qual se notabilizou pela técnica e capacidade goleadora, com 23 golos em 96 jogos.