Cristiano Ronaldo tem cumprido os seus sonhos ao longo da sua carreira. Em entrevista ao Player's Tribune, o avançado acredita que assinar pelo Manchester foi um orgulho.

"Comecei a sonhar cada vez mais alto. Eu queria jogar pela seleção nacional e queria jogar pelo Manchester [United], porque eu via a Premier League na televisão a toda a hora. Eu estava hipnotizado com a rapidez com que o jogo se movia e as músicas que os adeptos cantavam. A atmosfera era emocionante para mim. Quando me tornei jogador do Manchester, foi um momento de orgulho para mim, mas penso que foi ainda maior o orgulho para a minha família", referiu.

"No início, vencer troféus era emotivo para mim. Lembro-me que quando venci a minha primeira Liga dos Campeões no Manchester, foi sentimento esmagador. A mesma coisa para a minha primeira Bola de Ouro. Mas os meus sonhos continuavam a ser maiores. É para isso que servem os sonhos certo? Sempre admirei o Real Madrid e queria um novo desafio. Queria vencer troféus no Real Madrid, e bater todos os recordes e tornar-me uma lenda do clube."

"Nos últimos oito anos, consegui coisas incríveis em Madrid. Mas para ser honesto, vencer troféus numa fase mais avançada da minha carreira tornou-se uma emoção diferente. Especialmente nestes últimos dois anos. No Madrid, se não ganhas tudo, as pessoas consideram que é um falhanço. É esta a expectativa da grandeza. Este é o meu trabalho", afirmou Ronaldo.

"Mas quando és um pai, é um sentimento completamente diferente. Um sentimento que não consigo descrever. É por isso que o meu tempo no Madrid tem sido especial. Eu tenho sido um jogador de futebol, sim, mas também um pai", explicou.

"Haverá um momento com o meu filho que eu vou sempre lembrar-me de forma clara. Foi um momento no campo depois de ter vencido a última final da Liga dos Campeões, em Cardiff. Fizemos história naquela noite. Quando estava no campo depois do apito final, senti que tinha mandado uma mensagem ao mundo. Mas depois o meu filho veio para o campo para comemorar comigo... e é como se fosse um estalar de dedos", começa por revelar.

"De repente, a emoção mudou. Ele estava a correr com o filho do Marcelo. Segurámos no troféu juntos. E depois andámos à volta do campo, de mãos dadas."

"É uma alegria que eu não percebia até ter sido um pai. Existem tantas emoções a acontecer simultaneamente que não consegues descrever com palavras", afiança o atacante, continuando a querer o melhor para si.

"Depois de 400 jogos com o Real Madrid, vencer continua a ser a minha ambição suprema. Eu acho que nasci assim. Mas o sentimento depois de vencer é claramente diferente. Este é um capítulo novo na minha vida. Eu fiz com que gravassem uma mensagem nas minhas chuteiras novas. Está no calcanhar e é a última coisa que eu leio antes de atar os atacadores e ir para o túnel."

"É como se fosse um último lembrete, uma motivação final. Diz "El sueño del niño" (sonho de um menino, em espanhol)."