Portugal vai medir forças com a República Checa esta quinta-feira, na 3.ª jornada do Grupo A2 da Liga das Nações. Frente-a-frente estarão os líderes deste grupo, com quatro pontos cada.

A seleção portuguesa joga em casa mas terá novamente dificuldades, já que os checos jogam em 5-4-1, ou seja, numa linha com três centrais atrás. Fernando Santos já tinha admitido que Portugal tem sempre muitas dificuldades em jogar contra seleções que atuam com uma linha de três centrais ou de cinco atrás, mas explicou que agora é diferente.

Dificuldades de Portugal em enfrentar equipas com cinco defesas: "Temos de encontrar soluções. Mas em relação a linha de três centrais, são equipas que jogam de forma diferente da Bélgica e Alemanha [seleções que atuaram com linha de cinco e venceram Portugal], eles em 5-4-1 a defender e 3-4-3 a atacar. Tanto a Bélgica como a Alemanha são equipas de posse, procuram jogar com estes números, empurrando o adversário, chegam com muita gente a frente. A Chéquia é diferente, uma equipa com grande organização defensiva, muito compacta, a jogar em 20, 25 metros, não com linhas baixas, linhas sempre juntas. Vai baixando sempre em conjunto, com muita gente na zona central, que irá dificultar a nossa circulação. Por isso teremos de ter paciência para encontrar os momentos e os espaços certos. Nós temos a capacidade de encontrar estes espaços. A Chéquia é uma equipa que ataca bem, com transições rápidas ou ataques rápidos, não chega com muita gente a frente. Vai trocando atrás e tenta depois a profundidade, uma equipa muito rotinada nessa forma de jogar, como vimos diante da Espanha. Mas isso não muda a nossa filosofia, a nossa maneira de ser. Cada adversário tem uma estratégia diferente, temos de a reconhecer e pôr em jogo as nossas ideias.

100 jogos na Seleção e o que mais o marcou: "O primeiro jogo, esse é que foi realmente o marcante. Estar à frente do meu país no primeiro dia é o mais marcante, naturalmente. Nas Seleções é tudo muito rápido, os jogadores entram e saem. Lembro-me do primeiro jogo porque me fez muita confusão, deve ser dos poucos que não me lembro do jogo, tenho pouca memória disso, apesar de os jogadores em dizerem sempre que tenho memória de elefante. Esse foi na realidade o mais marcante para mim"

Será o jogo mais desafiante para encontrar espaços? "Sim, é um adversário diferente que nos vai colocar desafios distintos. Não é como as equipas de posse, que tentam organizar. Certamente não vão haver tantas oportunidades para explorarmos o espaço, porque Espanha ou Suíça sobem muito. A República Checa mantém sempre quatro ou cinco jogadores atrás, são pouco desequilibrados nesse aspeto. Quando falo de paciência não é circular sempre para trás, mas temos de saber procurar o espaço. O [espaço] central vai ser difícil explorar. É um jogo em que temos de estar muito atentos. Não é mero acaso o facto de terem empatado com a Espanha e vencido a Suíça. Sabendo isso, é colocar em campo todas as nossas capacidades, e nestes jogos é muito importante a criatividade individual, é um jogo que vai ser muito resolvido no último terço. Esta qualidade de um passe, um drible, passe a rasgar, vai marcar a diferença e espero que o façamos bem".

Rafael Leão é o sucessor de Cristiano Ronaldo? "Não jogam na mesma posição. Sucessor nesse sentido não dá… Ninguém no futebol vai substituir Cristiano Ronaldo, nem é bom colocar isso no Rafael Leão. Rafael Leão tem de ser o Rafael Leão. Está aqui porque merece estar aqui, e se está aqui com 21 ou 22 anos é porque é o futuro. A Seleção vai contar certamente com ele no futuro, naquilo que será a longevidade da equipa".

Vai haver muita rotatividade na equipa? "Temos mais 24 horas de descanso para este jogo, por isso é uma situação distinta em relação ao último jogo. Nesta fase da época, 72 horas constituem uma dificuldade na recuperação, mas para este temos 98 horas. Depois vamos ter um jogo novamente com 72 e aí teremos de estar mais atentos à situação da gestão. A gestão pode ser feita a nível de minutos, alguns a jogar 50/60 minutos, depois jogar menos em outro, e não está só relacionada com a mudança de jogadores. Esta rotatividade é muito importante para gerir o esforço, e temos de ter consciência que temos muita qualidade. Mas nunca nos esquecemos que aqui há uma enorme responsabilidade: o foco único de ganhar. Queremos ganhar e temos 11 milhões a querer ganhar, e temos muito respeito por estes 11 milhões".

Portugal tem sido a melhor seleção a gerir a rotatividade? "É muito importante que haja rotatividade para gerir bem o esforço. É muito importante ter consciência que temos muita qualidade, que os jogadores podem alternar e o jogo não vai perder muito. Claro que têm caraterísticas diferentes, mas fazer mudanças radicais… se tivéssemos entrado aqui só para pensar em algo mais futuro isso se calhar fazia todo o sentido, mas há uma grande responsabilidade aqui. O nosso povo já não está habituado a que não seja assim, vamos sempre encarar o jogo com o foco único de ganhar, e claro que depois vamos implementar a gestão. Isso tem sido importante porque vai havendo essa evolução, e as vitórias vão dando confiança, jogar bem vai dando confiança. [Ronaldo?] Nunca digo se vai ser titular ou não".

O jogo entre Portugal e a República Checa está agendado para quinta-feira, pelas 19h45, e será dirigido pelo esloveno Matej Jug.

Portugal lidera o agrupamento, com quatro pontos, os mesmos da República Checa, com a Espanha em terceiro, com dois, seguida dos helvéticos, ainda sem pontos, ao fim de duas jornadas.

Depois de enfrentar os checos, novamente no Estádio José Alvalade, Portugal ruma a Genebra, onde irá jogar no domingo, naquele que será o segundo embate com os helvéticos.

A fase final da Liga das Nações realiza-se de 14 a 18 de junho de 2023, com os vencedores dos quatro grupos da Liga A, sendo que os últimos de cada um dos agrupamentos descem à Liga B.