Diogo Dalot compareceu na conferência de imprensa de antevisão aos duelos contra a Dinamarca, a contar para os quartos de final da Liga das Nações. A Seleção Nacional vai disputar o primeiro jogo esta quinta-feira, pelas 19:45, em Copenhaga. O jogador do Manchester United falou sobre Ruben Amorim, bem como a possibilidade de Gyokeres estar na lista de alvos do técnico luso. Para além disso, abordou a chegada de Quenda à seleção e as ambições do grupo. Cristiano Ronaldo também foi um dos temas, tal como os rumores que ligam José Mourinho à seleção nacional.

Confira as declarações do jogador

Importância de Ruben Amorim no Manchester United: "Boa tarde. Começamos fortes. Como é lógico, é uma adaptação difícil, como é sempre para cada treinador ou jogador que chega à Premier League. Não tem de demonstrar o grande valor que tem, isso já o fez. O futebol faz-se nos resultados. O início foi difícil, mas acredito que podemos sorrir no final. Tem grande capacidade para treinar na Premier League."

Juventude na seleção e conselhos para Quenda: "Acima de tudo é mais uma demonstração da qualidade do jogador português. Ele [Quenda] tem essa responsabilidade. Estar aqui não é para todos. É um jogador que gosta de jogar futebol. Exprime o futebol da melhor maneira que sabe fazer. Foi sempre a qualidade dele que o fez chegar até aqui. Tem de trabalhar muito, ele sabe disso. Os conselhos são sempre comuns nesse aspeto. O mais difícil não é chegar lá, é continuar lá. Tem qualidades para isso."

Aniversariante do dia, mais um ano na seleção: "Felizmente já passei vários aniversários na seleção, calha sempre em datas FIFA. Dos sub-15 até à seleção principal, fui sempre estando presente. Tive esse privilégio. O Diogo de hoje é mais responsável, que joga num bom clube e representa uma seleção grande. Temos vindo a crescer como país, como grupo, como seleção. A responsabilidade é grande. Temos a noção de que os portugueses esperam muito de nós. É sinal que a seleção e o país estão a crescer. A melhor prenda que eu podia ter era ganhar os dois jogos que temos pela frente."

Conversa com Cristiano Ronaldo e vontade em vencer com a seleção: "Sabemos que estar na seleção ou ser jogador é algo temporário. Não vamos jogar futebol toda a vida. Cada vez que estamos cá, há sempre o feeling de que ser jogador da seleção não é garantido. É aproveitar ao máximo, em cada competição que temos. Vemos jogadores que ganharam o Europeu e a Liga das Nações. Individualmente, é uma conquista boa para cada jogador. Quero fazer parte disto. Sinto que tenho de dar o máximo que conseguir para ganhar e estar na história de Portugal, como um jogador que conquistou títulos. Conversa com Cristiano Ronaldo? Não posso dizer."

Colega de equipa Rasmus Hojlund como rival: "A partir do momento em que saiu o sorteio, há sempre a conversa e a picardia normal. Esta semana brincámos com o facto de o Hojlund ter feito golo. Eu e o Bruno brincámos com ele para fazer uma pausa de uma semana. É normal. Quando entramos em campo, deixamos de ser colegas de equipa e passamos a estar em lados opostos. Minutos no Manchester United? Ao longo da carreira fui estando preparado para estar em campo mais minutos e mais jogos seguidos. Se o mister assim decidir, estarei pronto para fazer os jogos."

Possibilidade de José Mourinho treinar seleção nacional: "Não sei. O futuro nunca conseguimos prever. Temos agora um grande selecionador, que foi também importante na minha carreira para me fazer crescer. Acho que ele consegue deixar uma marca em cada jogador. É muito difícil para os treinadores. Nós, jogadores, partilhamos do mesmo sentimento. Vem de um contexto difícil, por não ser do país onde estamos. Quer fazer parte da nossa nação e quer ganhar por Portugal. Tenho um grande apreço por José Mourinho. Estarei eternamente grato e tentarei sempre manter essa ligação. Foi, sem dúvida, alguém muito importante na minha carreira, mas esse é um cenário que não consigo prever."

Candidatura de Portugal e rumores de Gyokeres nos alvos de Amorim: "Objetivamente, queremos ganhar. Estamos a crescer como país e seleção. No futebol, o resultado final será sempre a imagem do que conseguimos dar. Nas últimas competições, saímos sempre com o sabor de que poderíamos ter chegado mais longe. A cada treino, a cada estágio, tentamos replicar isso em campo. Temos dois jogos para poder estar na final four. Gyokeres na lista de Amorim? É uma pergunta difícil de responder. Temos o caso de um jogador que sai de um clube português para a Premier League. O Quenda não será o único. Acredito que possa acontecer a outros jogadores. Não lhe sei responder se será o Gyokeres ou outro jogador qualquer."

Já houve bolo de aniversário e para quem foi a primeira fatia. Como Portugal pode condicionar a Dinamarca: "Ainda está para vir o momento. Normalmente acontece ao jantar. Pode ser para o mister, para o capitão ou para o próprio aniversariante. É para quem calhar. Vamos enfrentar uma seleção difícil. Eles lutam contra qualquer seleção de forma aguerrida. Sabemos que se conseguirmos igualar a energia, vamos conseguir competir. Temos capacidade para vencer os dois jogos. Temos de trazer para Portugal uma vitória."

Cristiano Ronaldo: "Já é difícil ter mais adjetivos para descrever o Cristiano. Para mim e acredito que para os restantes companheiros, é um orgulho enorme poder continuar a tê-lo aqui na seleção, partilhar momentos com ele, 'beber' um bocadinho da experiência dele. Existe essa energia e sensação de querer vê-lo vencer grandes competições por Portugal. A vontade e o amor dele em vencer por Portugal não pode ser questionável. Utilizando isso como exemplo, seria uma história bonita para o futebol português vê-lo ganhar o máximo de troféus possíveis. Cada jogador quer estar ao lado dele num momento desses."

Com saídas de jogadores mais velhos, é o parceiro de Ronaldo na seleção: "O Cristiano tem uma grande ligação com todos os companheiros. Sendo o jogador que mais tempo passou aqui é quem conhece melhor a casa, conhece melhor as pessoas. Há sempre uma boa receção da parte dele. É uma pessoa bastante aberta, muito comunicativa com todos. Ser companheiro de equipa dele no Manchester United fez-nos crescer a ligação, que é boa. Considero que todos os companheiros têm acesso ao Cristiano como eu, pela capacidade que tem em comunicar com toda a gente, sem dificuldades para ninguém."

Melhor geração e seleção de Portugal: "Se há algo que eu aprendi no futebol é que aqueles que ganham são os que são relembrados. É um pouco relativo dizer se somos a melhor seleção de sempre. Se queremos ser lembrados como uma das grandes seleções, ou talvez a melhor do futebol português, temos de ganhar. Se não conseguirmos materializar isso em resultados, será difícil quantificar e comparar com outras seleções. Temos muita qualidade e temos de materializar isso em resultados."

Balanço dos 26 anos: "Quando começamos a jogar futebol sonhamos sempre alto. Queremos sempre ser os melhores do mundo e ter acesso a isto, que tenho o privilégio de ter. O futebol é cada vez mais sério. Vamos ficando com mais responsabilidade e mais atenção na parte física e tática, assim como fora do jogo. Fui crescendo e procurando estar mais preparado, para poder estar num clube grande e representar a seleção. Era um objetivo meu e trabalhei muito para estar aqui. É uma responsabilidade grande continuar a este nível. Requer muito trabalho e muitas horas de dedicação".