Acabou a Champions para o Benfica. Os encarnados despediram da prova na terça-feira, após nova derrota, agora por 3-1 diante do Barcelona, na 2.ª mão dos oitavos de final da liga milionária.

Os encarnados saem assim da Champions após 12 jogos (recorde do clube numa época), cinco vitórias, cinco derrotas e dois empates, 21 golos marcados e 19 sofridos.  A equipa de Bruno Lage pode agora concentrar-se na Primeira Liga, onde luta taco-a-taco com o Sporting, e ainda na Taça de Portugal.

O Barcelona medirá forças com Lille ou Borussia Dortmund nos quartos de final.

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O Jogo: Raphinha 'destruiu' o sonho encarnado

Difícil olhar para esta eliminatória entre o Benfica e o Barcelona sem ter em conta o impacto de Raphinha. Decisivo em Lisboa quando marcou o único golo do jogo, mesmo com a sua equipa com menos um desde cedo, o brasileiro voltou  a deixar a sua marca na terça-feira, ao marcar dois dos três golos do novo triunfo culé.

Ao todo, o antigo jogador do Sporting e do Vitória de Guimarães marcou três dos quatro golos do Barcelona nestes 'oitavos' com os encarnados. Se olharmos mais para trás, foram cinco golos à formação da Luz em cinco jogos, já que Raphinha também tinha bisado naquele louco Benfica 4-5 Barcelona, da fase de grupos.

Neste momento, lidera a lista dos melhores marcadores da prova com 11 golos em 10 jogos, e é o único jogador com uma média superior a um golo por jogo. Ainda só agora terminou os oitavos de final, mas Raphinha já é o brasileiro com mais golos numa edição da Champions (11) e ainda tem, pelo menos, mais dois jogos pela frente.

É uma época estratosférica para o extremo de 28 anos: leva 27 golos e 18 assistências em 41 jogos, nesta que é a sua melhor época da carreira. Números de candidato à Bola de Ouro.

Quanto ao jogo, o Benfica esteve bem melhor do que na semana passada, marcou logo a seguir ao 1-0 dos culés, aos 13 minutos, mas depois de ter alcançado o empate a equipa perdeu-se em campo, aproveitando o Barcelona para marcar dois golos: o primeiro, um fantástico pontapé de Lamine Yamal (tinha assistido Raphinha no 1-0), o segundo, numa cavalgada impressionante de Baldé de área a área antes de servir o extremo brasileiro para o 3-1 final.

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A equipa de Bruno Lage jogou olhos nos olhos em muitos momentos com o Barcelona, criou perigo nalguns lances, mas voltou a cair na armadilha do fora de jogo dos culés em várias situações, que invalidaram situações de perigo, inclusive um golo de Aursnes no segundo tempo.

Se é verdade que o Benfica foi mais atrevido, também é verdade que o Barcelona podia ter marcado mais golos. Valeu Trubin, atento desta vez. A equipa blaugrana criava do nada e quando lhe era dado espaço, saia rapidamente em contra-ataque, como aquele do segundo tempo muito bem desenhado que só não acabou em golo porque Frenkie De Jong falhou e roubou o hat-trick a Raphinha.

A eliminatória acaba resolvida pelas individualidades do Barcelona, equipa que se mostrou superior ao Benfica e é um dos grandes favoritos a vencer esta Champions. Hansi Flick montou uma máquina de jogar futebol: 32 golos nesta edição da Champions, a uma média superior a três golos por partida.

Momento-chave: Lamine acaba com as dúvidas

Deixar Lamine Yamal ter bola é meio caminho andado para o sofrimento. O prodígio catalão tem um manancial inesgotável de recursos para deixar adversários por terra. E se o deixam no 1x1, é a morte do artista. Aos 27 minutos encarou Tomás Araújo, puxou para o meio, simulou uma vez, como tantas vezes faz e depois, de fora da área, meteu uma 'banana' na bola, levando-a a 'beijar' a malha interior da baliza de Trubin. Um golaço!

Os Melhores: Lamine, Raphinha, Pedri...

Lamine Yamal fez um golaço e uma assistência, Raphinha fez dois golos, mas o Melhor em Campo foi Pedri. É um regalo para os olhos ver o médio do Barcelona, pela percepção que tem do jogo, pela forma como dita o ritmo. E é impossível ver Pedri e não pensar em Iniesta. Tal como na 1.º mão, encheu o campo.

Raphinha converteu-se num pesadelo para o Benfica. Mostrou eficácia com dois golos, ele que marcou cinco golos ao Benfica esta época em três jogos.

Em noite 'não': Akturkoglu desaparecido

A exibição de Zeki Amdouni frente ao Nacional na I Liga fazia prever que o suíço tinha ganho um lugar no onze, mas Bruno Lage não abre mão de Akturkoglu, mesmo com o turco em baixo de forma. A jogar na direita do ataque, deixou Tomás Araújo muitas vezes sozinho a defender. A atacar, pouco ou nada ofereceu.

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