E a 'orelhuda' é do Real Madrid. Os merengues venceram, em Wembley, o Dortmund por 2-0 e conquistam a 15.ª Champions da sua história.

O Golias contra o David. O gigante frente ao finalista improvável. O Super Campeão Real Madrid, com 14 Champions, frente ao Dortmund que procurava a segunda da sua história.

A nível de técnicos, a 'raposa' Ancelotti, contra Edin Terzic. Os alemães com um palmarés bem mais modesto, depois do título em 1997 e da final perdida em 2013.

Para chegar à final houve muito obstáculos por ultrapassar, colossos por derrubar. Estava em causa a vitória na prova mais importante do planeta, ao nível de clubes.

Trios de ataque temíveis.  Vinícius Júnior, Rodrygo e Jude Bellingham contra  Julian Brandt, Jadon Sancho, Adeyemi e Niclas Füllkrug.

Modric e Dani Carvajal também tinham a possibilidade de conquistar a sexta Liga dos Campeões da carreira. Um deles seria o herói improvável. Mas não foi Modric, não foi Vinícius, mas sim Carvajal, o herói improvável.

O treinador do Dortmund, Edin Terzic, disse que os alemães não vinham para jogar, mas sim para ganhar. Queriam, os alemães, levantar a Taça, normalmente predestinada aos colossos. Seria uma homenagem justa, ao FC Porto campeão há 20 anos, em 2004, frente ao Mónaco.

Os germânicos tinham uma equipa a ter conta, com Emre Can, Sabitzer, armas para fazer tremer o ‘tarimbado’ e experiente Real Madrid que voltou a provar que nestes momentos não tem rival.

Mas os alemães estiveram tão perto de se colocarem perto da Taça. Julian Brandt teve nos pés a primeira oportunidade de golo. Recebeu no coração da área, e rematou ao lado da baliza.

Aos 22 minutos, faltou frieza a Adeyemi. Grande passe de Mats Hummels, para o jovem avançado. Contra Courtois (que tinha rendido Lunin) na titularidade, tremeu. Passou pelo guarda-redes, mas perdeu ângulo e não conseguiu endossar a bola para baliza com a melhor direção.

Aos 24 minutos, o Real Madrid aparentou entrar num naufrágio. Fullkrug surgiu a finalizar, mas a bola não entrou, bateu caprichosamente no poste. Os deuses do futebol pareciam estar com os espanhóis. Os mesmos protagonistas voltaram a não encontrar o caminho do golo. Defesa de Courtois a remate de Adeyemi e Fullkrug na recarga não conseguiu fazer o golo. Logo a seguir foi Sabitzer, num pontapé rasteiro, mas voltou a aplicar-se o guardião do Real Madrid. Muito mais Dortmund na primeira parte, mas falhava o essencial, a eficácia. O Real, gigante em pele de cordeiro, viria a guardar-se par ao segundo tempo.

Reus era lançado no segundo tempo e queria a despedida dourada, coroada com a Orelhuda. Mas o Real, no segundo tempo, foi outro. Tomou consciência de que a Champions, era como sempre, para levar para casa.

Kroos deu o primeiro aviso, com um tiro para defesa de Kobel. Na recarga Carvajal cabeceou ao lado. Bellingham tentou estar perto do golo, com um desvio de raspão. ‘Cheirava a golo’ merengue.

O Real acabou mesmo por marcar

Só que o Real Madrid marcou mesmo. O mais improvável herói, Carvajal. Solto de marcação, cabeceou e abriu o ativo.

Mas o Real queria mais, com o Dortmund a sentir o peso do bafo nas costas do gigante. Perda de bola dos alemães, Bellingham deixou em Vinícius que atirou à saída do guarda-redes.

No último esforço inglório, Niclas Füllkrug ainda cabeceou para o fundo da baliza, mas o lance foi anulado. 'La 15.ª' é do Real. Merengues voltam a levantar a Taça e são os novos reis da Europa, sucedendo ao Manchester City. Uma crónica de uma vitória anunciada.

Onze do Real Madrid: Courtois, Carvajal, Rüdiger, Nacho, Mendy; Valverde, Camavinga, Kroos, Bellingham; Rodrygo e Vinicíus Jr.

Suplentes do Real Madrid: Lunin, Kepa, Militão, Alaba, Modric, Joselu, Lucas Vazquez, Tchouameni, Ceballos, Fran García, Brahim Díaz e Arda Güler.

Onze do Dortmund: Kobel, Ryerson, Schlotterbeck, Hümmels, Maatsen; Can, Sabitzer, Adeyemi, Brandt, Sancho e Füllkrug.

Suplentes do Dortmund: Meyer, Lotka, Özcan, Nmecha, Haller, Reus, Wolf, Moukoko, Malen, Süle, Wätjen e Bynoe-Gittens.