O Real Madrid tenta sagrar-se no sábado tricampeão da Liga dos Campeões de futebol, mas terá pela frente um demolidor Liverpool, que apresenta, para já, a melhor média de golos de sempre na prova.

Os ‘merengues’, primeiros a conseguir dois títulos consecutivos na era ‘Champions’ – desde 1992/93 –, procuram consolidar-se ainda mais como ‘reis da Europa’ e conquistar a 13.ª Liga dos Campeões/Taça dos Campeões Europeus.

Contudo, do outro lado, a equipa de Cristiano Ronaldo vai encontrar um goleador Liverpool, que marcou 40 golos em 12 jogos, aos quais se juntam mais seis marcados na fase de grupos.

Apesar da temporada menos positiva na liga espanhola, em que ficou afastado muito cedo da luta pelo título, o Real Madrid voltou a mostrar que a Liga dos Campeões é a ‘sua’ prova, assim como Cristiano Ronaldo, que, com 15 golos, se prepara para ser o melhor marcador da prova pelo sexto ano consecutivo.

Num dos grupos mais fortes da primeira fase, o Real Madrid sentiu algumas dificuldades, mas acabou por seguir em frente na segunda posição do Grupo H, atrás do Tottenham, a quem não conseguiu vencer, e à frente de Borussia Dortmund e APOEL.

Nos oitavos de final, o Paris Saint-Germain, agora liderado por Neymar e que tinha batido o recorde de golos numa fase de grupos, parecia um duro obstáculo, mas os ‘blancos’ superaram com distinção, com um agregado de 5-2, com três golos de Ronaldo na eliminatória.

Numa reedição da final de 2017, o Real Madrid reencontrou a Juventus e o português voltou a brilhar, em especial em Turim, onde marcou dois golos no triunfo por 3-0, um dos quais de pontapé de bicicleta.

A eliminatória parecia resolvida, mas a Juventus chegou a estar a vencer por 3-0 em Madrid, mas uma grande penalidade nos descontos, convertida por Ronaldo, já nos descontos, lançou os ‘merengues’ para as meias-finais.

Pela primeira vez na presente edição da ‘Champions’, Ronaldo ficou em branco em dois jogos, mas o Real Madrid conseguiu afastar o Bayern Munique, com um total de 4-3.

Sem atingir uma final desde 2006/07, o Liverpool, cinco vezes campeão europeu, surgiu esta temporada na ‘Champions’ com um ataque demolidor e nem a saída de Philippe Coutinho esmoreceu a eficácia dos comandados de Jurgen Klopp, que, no entanto, mostraram alguma debilidade defensiva.

O egípcio Mohamed Salah tem sido o grande destaque dos ‘reds’, com recorde de golos na liga inglesa e com 10 golos na ‘Champions’, tantos quantos o brasileiro e mais um do que o senegalês Sadio Mané.

Os três marcaram quase três quartos dos golos do Liverpool, que tem o terceiro melhor ataque da história da ‘Champions’, com 40 golos, mas a melhor média de sempre - FC Barcelona marcou 45 em 16 jogos em 1999/2000 e o Real Madrid 41 em 13 encontros em 2013/14.

Depois de ultrapassar o ‘play-off’ frente ao Hoffenheim, o Liverpool começou mal a fase de grupos, com empates frente ao Sevilha e ao Spartak Moscovo, mas conseguiu logo de seguida a primeira goleada, com um 7-0 ao Maribor, que sofreria um 3-0 na jornada seguinte.

Depois de um empate a três com o Sevilha, que esteve a perder 3-0, e novo 7-0, desta feita ao Spartak, o Liverpool garantiu a vitória no Grupo E, seguindo-se o FC Porto, que foi goleado em casa por 5-0, de nada valendo aos ‘dragões’ terem sido os únicos a manter os ‘reds’ a zero, no jogo da segunda mão.

O Manchester City, dominador total do campeonato inglês, também sentiu na ‘pele’ o poder de fogo do Liverpool, perdendo por 3-0 em Anfield Road e por 2-1 em casa.

Com 70 minutos de sonho, o Liverpool chegou aos 5-0 frente à Roma, que, com dois golos nos últimos minutos, se manteve na luta nas meias-finais e conseguiu mesmo, na segunda mão, impor a única derrota (4-2) na Liga dos Campeões aos ‘reds’, mas que foi insuficiente para seguir em frente.

Este será o sexto confronto entre as duas equipas na Liga dos Campeões, com o Liverpool a levar vantagem por 3-2, tendo mesmo vencido a única final frente ao Real Madrid, em 1981, por 1-0.

A final da edição 2017/18 da Liga dos Campeões está marcada para as 19:45 deste sábado, em Kiev, e terá arbitragem do sérvio Milorad Mazic.

*Artigo originalmente publicado a 24 de maio