O FC Porto empatou a uma bola com o Basileia, em jogo da primeira-mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Os "dragões" foram melhores mas só conseguiram marcar de grande penalidade, por Danilo. O ex-Benfica Dérlis González fez o tento da equipa treinada por Paulo Sousa. A segunda-mão joga-se a 10 de março, no Dragão.
Quando o sorteio dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões ditou que o FC Porto iria defrontar o Basileia, teoricamente a equipa mais acessível, Pinto da Costa "torceu o nariz" e disse que preferia jogar com outro adversário. A experiência acumulada ao longo de 33 anos à frente dos "dragões" permitiu-lhe ver que esta não seria uma eliminatória fácil para o FC Porto.
O jogo no S. Jakob-Park era especial para os "dragões". Foi neste mítico palco do futebol suíço que se começou a construir o FC Porto da era moderna. Foi aqui que a turma azul-e-branca disputou a sua primeira final europeia, a Taça das Taças, perdida para a Juventus, em 1984, dois anos depois de Pinto da Costa ter assumido a presidência. A Europa e o mundo abriam os olhos para conhecer o FC Porto.
Para já, a decisão está no intervalo, com vantagem para os de Lopetegui. Mas o jogo no S. Jakob-Park mostra que o FC Porto terá de ser muito superior e mostrar mais do que exibiu na noite desta quarta-feira para atingir os quartos-de-final da Liga Milionária pela terceira vez na sua história. (campeão em 2003/2004 e eliminados pelo Manchester United de Ronaldo em 2008/09).
O encontro de Paulo Sousa frente a formação portuguesa com mais títulos europeus teve um protagonista inesperado: o árbitro Mark Clattenburg, autor de um par de decisões infelizes, quase sempre contra o FC Porto. Não viu uma grande penalidade muito clara aos 30 minutos, quando Samuel agarrou Jackson de forma tão ostensiva que lhe retirou a braçadeira de capitão do braço. Validou o golo de Casemiro aos 48 minutos, o FC Porto festejou e, mais de um minuto depois, voltou atrás na decisão para marcar (e bem) fora-de-jogo de Marcano no lance. Uma situação muito caricata. Permitiu ainda algumas entradas feias e poupou os jogadores suíços em alguns amarelos. Na flash interview, o árbitro acabou por ser muito contestado por Lopetegui.
Quanto ao encontro, foi um jogo de sentido único: FC Porto com muita posse de bola, muitos ataques, mas também a errar muito nesse capítulo e o Basileia a defender com muita agressividade, pressionando o FC Porto a toda a largura do terreno. No segundo tempo, falou forças para continuar com o pressing. Os "dragões" nunca souberam lidar com a forma agressiva de defender do Basileia e raramente encontrou espaço para criar oportunidades. Quando criou, falhou, como fez Tello aos 59 e Jackson aos 64. Demasiado pouco para quem prometia muito.
O Basileia sabia como ferir o "dragão": bloco baixo, pressão forte sobre o portador da bola, recuperação e contra-ataques rápidos, para o poderoso Streller no meio e os rapidíssimos Dérlis González e Gashi nas alas. Resultou logo aos 11 minutos, no primeiro e único remate da turma suíça: passe de Streller para o ex-Benfica Dérliz González que aguentou a pressão de Alex Sandro e Marcano para bater Fabiano. Saiu lesionado do lance e teve de abandonar o jogo. Paulo Sousa admitiu que este terá sido o pior jogo da equipa esta temporada, mas promete criar mais dificuldades no Dragão e discutir a eliminatória.
O golo que salva o FC Porto da derrota e mantém os "dragões" invictos nesta edição da Champions nasceu de uma grande penalidade conquistada por Danilo, numa das suas raras incursões até a linha. O cruzamento do lateral brasileiro foi travado pelo braço de Samuel. Desta vez Clattenburg não teve dúvidas. Danilo tomou conta do assunto e empatou a partida, dando alguma justiça ao resultado (se é que se pode falar em justiça no futebol).
Lopetegui tentou quebrar a barreira suíça de todas as formas, com as entradas de Ruben Neves, Quaresma e Quintero mas apenas conseguiu evitar a derrota e igualar a eliminatória. Perde Marcano, castigado para a segunda-mão tal como Paulo Sousa que não poderá contar com Suchy, também ele castigado. Óliver saiu lesionado no ombro e ainda não se sabe se estará apto para o jogo no Dragão. Para já, é quase certo que não estará em campo esta segunda-feira frente ao Boavista, em jogo da Liga Portuguesa.
As estatísticas da UEFA dizem que os "dragões" foram melhores: mais posse de bola (60 por cento contra 40) mais remates (15 contra 1), mais passes (459 contra 217) mais faltas sofridas (21 contra 13). Dia 10 de março será preciso um "dragão" a "cuspir" outro tipo de "fogo" para derrubar a equipa de Paulo Sousa.
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