A vingança estava prometida desde 6 de maio de 2009, a noite em que o Barcelona ‘roubou’ o sonho do Chelsea poder disputar a sua segunda final da Liga dos Campeões, num jogo mais do que polémico. Esta noite, as duas equipas voltaram a defrontar-se por um lugar na final. Longe de serem as mesmas equipas de então, o Chelsea assumiu o papel de David e surpreendeu o ‘Golias’ Barcelona.

Uma magra - mas preciosa - vantagem de um golo, da autoria de Drogba, foi o suficiente para bater os campeões europeus, hoje sem soluções para furar a muralha londrina. Se todas as expectativas jogavam contra o Chelsea, a vitória de Roberto di Matteo foi ainda maior.

Consciente das suas limitações, o Chelsea entregou a iniciativa ao Barcelona e dedicou-se ao contra-ataque perante os seus próprios adeptos. Uma estratégia que o Barcelona raramente conseguiu colocar em xeque, fruto da entrega, organização e pragmatismo dos ‘blues’. Em suma, revelou-se o pior adversário possível para o Barcelona destas meias-finais.

O domínio foi, naturalmente, do Barcelona desde o primeiro minuto. Com uma posse de bola a rondar continuamente os 70 por cento, os catalães instalaram-se no meio-campo adversário e aos 9’ Alexis Sánchez atirou à trave, num chapéu quase perfeito a Cech. O guardião checo foi ainda chamado a travar as tentativas de Fabregas (26’) e Messi (28’) e contou também com a ajuda de Cole a evitar o golo do médio, aos 42’, em cima da linha.

Perante o olhar do proprietário russo Roman Abramovich, cujos milhões ainda não conseguiram fazer do Chelsea campeão europeu, os ‘blues’ sofriam com a pressão, mas mostravam que estavam bem despertos, espreitando qualquer oportunidade de transição rápida. De tanto esperar pelo momento certo, o Chelsea foi premiado nos descontos da primeira parte, quando Ramires se escapou no flanco esquerdo e assistiu Drogba para o golo. 

O Barcelona desperdiçou, o Chelsea marcou. Em pouco tempo, Di Matteo deu um “cunho italiano” ao Chelsea. Se com 0-0 a tendência do jogo já era notória, ela agudizou-se no segundo tempo. O Chelsea suportava de forma inteligente e ameaçava cada vez mais nas suas transições rápidas, enquanto o Barcelona raramente encontrava espaços. Hoje, nem Messi teve capacidade para resolver os problemas do Barcelona.

Adriano, Fabregas, Xavi, Puyol estiveram todos perto do golo, mas a todos Cech e a sorte londrina deram resposta. Foi essa mesma sorte que salvou o Chelsea já nos descontos, quando Pedro Rodriguez atirou ao poste, no que podia ter ‘tramado’ toda a estratégia inglesa. E ao contrário de 2009 com Henning Ovrebo, o árbitro alemão Felix Brych passou – e bem – ao lado do jogo.

O mais difícil para o Chelsea já foi feito. Acreditar que pode bater o Barcelona, sem precisar de ser melhor equipa. Resta saber se consegue resistir em Camp Nou mais 90 minutos, com o inferno catalão a pedir a ‘remontada’. Tem a palavra o Barcelona…