O Benfica sofreu esta quarta-feira a pior derrota da sua história na Liga dos Campeões diante do Basileia com um resultado de 'mão cheia' a demonstrar que algo não está bem para os lados da Luz.

Depois de interromper uma série de maus resultados com uma vitória por 2-0 sobre o Paços de Ferreira, a equipa de Rui Vitória regressava à Liga dos Campeões com a obrigação de pontuar na prova após a derrota caseira diante do CSKA de Moscovo. O técnico dos 'encarnados' apostou na inclusão de Jardel no eixo defensivo, e na titularidade de Raul Jiménez na frente de ataque com Jonas. Com Júlio César na baliza e Fejsa no meio-campo, o Benfica parecia ter legítimas expectativas para disputar os três pontos com o octocampeão suíço, mas uma entrada muito forte do Basileia perante um Benfica totalmente apático resultou num golo madrugador logo aos 2' minutos por intermédio de Michael Lang.

A perder por 1-0 praticamente desde o apito inicial, esperava-se uma reação dos tetracampeões portugueses, mas tal não veio a acontecer. Com Pizzi em total sub-rendimento a equipa do Benfica não apresentou qualquer tipo de iniciativa para dar a volta ao resultado. O jogo a meio campo apresentava-se 'mastigado' e lento, com Zivkovic e Cervi sem profundidade nas alas.

Sem reação, digna desse nome, por parte dos jogadores do Benfica, o Basileia foi impondo a sua superioridade nos instantes iniciais, e explorando a lentidão dos processos da equipa adversária acabou por fazer o 2-0 aos 20' minutos de jogo numa rápida jogada de contra-ataque conduzida por Steffen e finalizada por Oberlin. Júlio César hesitou na saída à bola, e o avançado camaronês, de nacionalidade helvética, atirou para o 2-0.

Perante o descalabro do resultado, esperava-se mais da equipa do Benfica, que até ao intervalo apenas teve nos pés de Jiménez um lance de perigo, mas o avançado dos 'encarnados' não conseguiu enquadrar-se com a baliza e o remate acabou por sair muito por cima.

O Benfica sentia muitas dificuldades em encontrar caminhos para a baliza defendida por Tomáš Vaclík, e o resultado ao intervalo era justo, uma vez que a produção da equipa de Rui Vitória esteve abaixo da própria mediocridade com um saldo de zero remates à baliza.

Para o segundo tempo, Rui Vitória decidiu deixar Franco Cervi no banco e apostou no regresso de Eduardo Salvio. O técnico do Benfica contava com mais agressividade e profundidade nas alas, mas a equipa voltou a não corresponder.

E quanto mais o Benfica se afundava, com uma série de lances inconsequentes e perdidas de bola inadmissíveis ao nível da Liga dos Campeões, o Basileia ia crescendo em confiança na abordagem aos lances. Aos 49' minutos, Michael Lang esteve perto do segundo golo, mas o remate do jogador do Basileia saiu ao lado, a tocar o poste. A lentidão da defesa do Benfica era, no mínimo, desconfortável para um candidato ao título em Portugal, e dez minutos depois o Basileia fazia o 3-0 por intermédio de Ricky van Wolfswinkel, na conversão de uma grande penalidade cometida por Fejsa sobre Oberlin.

Já de cabeça perdida, André Almeida tem uma entrada imprudente sobre Zuffi, e é expulso com um cartão vermelho direto pelo árbitro escocês Craig Thomson. O defesa direito do Benfica entendeu que não tinha sido assinalada falta contra o Basileia num lance com Zuffi e 'perdeu a cabeça' com uma entrada 'a matar'.

A jogar em inferioridade numérica, Salvio teve de recuar para a posição de André Almeida, e Rui Vitória decidiu lançar no jogo Seferovic para o lugar de Jonas.

Aos 69' minutos, um erro de Pizzi dá origem ao quarto golo do Basileia, com Oberlin a aproveitar um mau passe do número 21 das 'águias' para bisar na partida. A humilhação do Benfica parecia inevitável, e Júlio César ainda adiou o quinto golo dos helvéticos quando aos 73' minutos Steffen remata à baliza do Benfica.

Aos 76' minutos, o recém entrado Riveros acertou duas vezes no ferro da baliza do Benfica, mas na sequência da jogada o paraguaio do Basileia não falhou à terceira para fechar a contagem em 5-0.

Com mais de dez minutos para jogar, foram vários os adeptos do Benfica que iam abandonando as bancadas do Estádio St. Jakob. O Basileia limitava-se a gerir a posse de bola, e quase conseguia aumentar os número do escândalo com Wolfswinkel a rematar com perigo aos 87' minutos para defesa apertada de Júlio César.

Com este resultado, o Benfica saiu de Basileia com o mesmo número de pontos (0) com que tinha chegado à segunda jornada, e quando faltam apenas quatro jogos para garantir a passagem à fase seguinte é o último classificado do Grupo A com sete golos sofridos e apenas um marcado. Em relação à Liga Europa, a equipa de Rui Vitória tem ainda outra desvantagem para o confronto direto com os suíços, uma vez que tem uma 'mão cheia' de golos sofridos.