O Benfica continua 'ligado às máquinas' nas aspirações de se apurar para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Depois de três derrotas seguidas, os 'encarnados' empataram em casa com o Ajax, em jogo da 4.ª jornada do Grupo E da Liga dos Campeões e chegaram aos quatro pontos. O empate satisfaz os holandeses que ficam com oito e a uma vitória do apuramento (jogam com o AEK na próxima ronda). A equipa de Rui Vitória precisa de vencer na Alemanha o Bayern Munique e em casa o AEK e esperar que os bávaros não façam qualquer ponto até ao final. Demasiadas contas para se fazer.

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Mais do que vencer, Rui Vitória precisava que a equipa reencontrasse com os índices de confiança perdidos nas três derrotas consecutivas. Um quarto desaire frente ao Ajax em casa deixaria o Benfica fora dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões pela segunda vez consecutiva e iria deixar Rui Vitória sem margem de manobra. A história também não estava do lado 'encarnado' já que o Ajax não tinha perdido nas duas vezes que visitou a Luz (31 em 1968/1969 e 0-0 em 71/72). Havia outra estatística a funcionar ao contrário: desde 1974/75 que o Benfica não perdia em casa frente a formações holandesas (seis vitórias em outros tantos jogos).

Numa noite agradável, com algum frio mas sem chuva, a Luz queria tornar-se no 12.º jogador para 'calar' os ruidosos adeptos holandeses e empurrar a equipa para a vitória. Para este jogo com o Ajax, Rui Vitória optou por fazer apenas uma mexida no onze, com a entrada de Gabriel para o lugar de Pizzi, ganhando assim o Benfica mais capacidade de passe e também combatividade. Outra novidade era o regresso de Krovinovic ao banco, após longa ausência por lesão.

A equipa de Rui Vitória entrou pressionante no jogo, com Grimaldo e Cervi a darem os primeiros sinais de perigo. No segundo lance, aos seis minutos, Onana teve mesmo de defender com os pés o remate do argentino.

Mas partir daí só deu Ajax até ao minuto 29. Querendo travar a saída dos holandeses, o Benfica apresentou-se com uma defesa subida, tentando condicionar o jogo do adversário. Mas, com vários equívocos na hora de pressionar, os 'encarnados' nunca conseguiram travar o jogos dos holandeses na zona intermédia, já que a bola circulava com qualidade, impulsionada por jogadores tecnicistas, rápidos e com grande capacidade tática para ler o jogo. Mas a equipa de Rui Vitória ia conseguindo manter o Ajax longe da zona de finalização.

Depois de ter relevado fraca eficácia ofensiva nos últimos três jogos, o Benfica mostrou uma faceta diferente quando, aos 29 minutos, Jonas aproveitou uma saída em falso de Onana num canto para atirar para o fundo das redes. Os assobios que iam ecoando aqui e ali, davam lugar a uma explosão de alegria na Luz. O Benfica estava no lugar que queria: a vencer, com alta eficácia.

Dez minutos depois do tento de Jonas, Vlachodimos foi chamado a mostrar pergaminhos num livre de Ziyech, defendendo com os punhos. Dez minutos depois do tento de Jonas, Vlachodimos foi chamado a mostrar pergaminhos num livre de Ziyech, defendendo com os punhos. No derradeiro minuto dos três de descontos dados pelo italiano Gianluca Rocchi, o Ajax só não marcou por milagre. Primeiro Vlachodimos a evitar o golo duas vezes, defendendo para a frente, primeiro num livre de Schone e depois na recarga de Tadic. Depois a segunda recarga de Van de Beek saiu a centímetros do poste.

No segundo tempo, já sem Salvio (saiu lesionado) e sem Jonas (também saiu tocado) e com Rafa e Seferovic, o Benfica vai ver o Ajax bater finalmente a defesa demasiado subida no terreno. O muito espaço nas costas dos centrais foi aproveitado por Ziyech que lançou Tadic. O sérvio ganhou a Rúben Dias e André Almeida, passou por Vlachodimos e rematou para o fundo das redes, aos 61 minutos. A equipa de Erik Ten Hag conseguia um dos resultados que procurava em Lisboa.

Com o Ajax a retomar o controle do jogo, Rui Vitória viu-se na necessidade de refrescar o meio-campo, com a entrada de Pizzi para o lugar de Gedson Fernandes. Antes disso, Grimaldo tinha visto Onana negar-lhe o golo com uma bela defesa. Os 'encarnados' iam tendo espaço, fruto de perdas de bola dos holandeses em zona proibitiva mas, na hora de definição, a decisão nunca era a melhor.

No Ajax era o mágico Ziyech quem ditava leis. A jogar mais recuado no terreno no segundo tempo, o marroquino ia explanando o seu futebol com passes fantásticos de um lado para outro, descobrindo quase sempre espaços entre a defensiva 'encarnada'.

O Benfica, sempre aos repelões, tentou chegar a vitória nos minutos finais mas tal não foi possível. No último minuto dos descontos, o guarda-redes Onana fez uma defesa monumental com os pés, evitando a vitória do Benfica.

No final, muitos lenços brancos para Rui Vitória e uma enorme assobiadela para os jogadores quando estes tentaram agradecer ao público pelo apoio.

O empate satisfaz os holandeses que ficam com oito e a uma vitória do apuramento (jogam com o AEK na próxima ronda). A equipa de Rui Vitória precisa de vencer na Alemanha o Bayern Munique e em casa o AEK e esperar que os bávaros não façam qualquer ponto até ao final. Demasiadas contas para se fazer.