O antigo jogador do Benfica António Simões antecipa uma "eliminatória aberta" dos encarnados frente ao Borussia Dortmund, referente aos oitavos de final da Liga dos Campeões de futebol, cuja primeira mão se disputa terça-feira, na Luz.
Em entrevista à Agência Lusa, o ex-futebolista da seleção lusa assume as "más recordações" da única vez que Benfica e Borussia se cruzaram nas provas europeias, quando os alemães afastaram o clube da Luz na Taça dos Campeões Europeus de 1963/64, mas mostra-se confiante no valor da atual equipa para discutir a passagem à próxima fase.
"Todos os jogos têm de ser uma aposta: uma aposta na qualidade, na eficácia, no rendimento e na convicção de que é possível. O jogo está marcado e não pode haver preferências. Tem de se lá estar para competir o melhor possível, acreditando que há uma eliminatória aberta", declarou.
Autor de um dos golos do Benfica no triunfo da primeira mão, em casa, por 2-1, o antigo extremo lamenta a falta de eficácia dessa noite, que viria depois a precipitar um desastre no segundo embate: uma pesada derrota por 5-0 em solo germânico.
"Foi uma noite negra, de pesadelo, tal o caudal ofensivo apresentado ao longo do jogo, em que não conseguimos fazer mais de dois golos. Fomos para lá com um 2-1, um resultado difícil, e depois tivemos várias ausências que contribuíram para o que aconteceu. Perdemos por 5-0, não há nada a discutir", resumiu.
Perante o desafio de comparar o atual Borussia com aquele que defrontou, Simões considera "muito difícil" fazer uma comparação e admite que a derrota deixou marcas.
"Há três ou quatro jogos ao longo da minha carreira que me marcaram negativamente: a derrota com o Manchester United, aqui, por 5-1, a derrota com o Santos, por 5-2, e por fim esta derrota por 5-0", reconheceu.
Já sobre o valor real do atual Borussia, o antigo internacional luso enaltece as virtudes da formação orientada por Thomas Tuchel.
"É uma equipa com valor, organização, uma grande dinâmica, velocidade, talento, espontaneidade, mas isso também dá a possibilidade e a oportunidade de o adversário querer mostrar também as suas qualidades. E vai ser um jogo aberto", vincou.
De acordo com António Simões, "às vezes é preciso fazer ajustamentos sem que isso minimize aquilo que é o valor da equipa. Tem de se ajustar, sem tirar nada à sua origem. A identidade é fixa, intocável".
O Borussia Dortmund venceu recentemente FC Porto e Sporting, mas o conhecido membro dos Magriços de 1966 rejeita que seja uma missão do Benfica vingar os desaires dos rivais.
"Não é por ter ganhado ao FC Porto ou ao Sporting que vou reconhecer que estamos perante uma grande equipa. O estímulo não é por vingança, o estímulo é pelo brio", salientou.
Em jeito de conclusão, António Simões deixou uma mensagem de otimismo para o embate: "Sinto que o Benfica tem possibilidades de discutir esta eliminatória, não só com dignidade, mas também com qualidade, porque tem capacidade para eliminar este Borussia Dortmund".
O Benfica recebe na terça-feira o Borussia Dortmund, num jogo a contar para a primeira mão dos oitavos de final da Champions, agendado para as 19:45, no Estádio da Luz.
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