André Villas-Boas, treinador do Zenit de S. Petersburgo, diz-se feliz por regressar ao seu país-natal para defrontar uma equipa portuguesa, mas só pensa na vitória e assegura que regresso de ex-benfiquistas ao Estádio da Luz é mais uma motivação para conquistar os três pontos.

“É um privilégio voltar a Portugal a título profissional para defrontar uma das grandes equipas do nosso campeonato. O facto de alguns voltarem ao clube que representaram não tira a responsabilidade que têm para com o Zenit. As nossas ambições são de ganhar. É um grupo extremamente difícil. Obter pontos fora pode ser importante. O facto de voltarem a casa não pode ser um factor de distração mas sim uma motivação extra para triunfarem”, começou por dizer.

O treinador natural do Porto voltou a afirmar que veio a Lisboa para conquistar os três pontos: “acho que sim. Não quer dizer que vamos montar a equipa para conquistar um ponto porque não é essa forma de estar no futebol e no Zenit. Vamos encarar este jogo tentando ter iniciativa, atacar e conquistar a vitória”, voltou a insistir o treinador de 36 anos.

O técnico recusou comentar os bons momentos vividos no Estádio da Luz: “voltar tem um significado enorme, mas seria individualista evidenciar esse facto. Ser campeão neste estado e conseguir aqui uma qualificação para a final da Taça, mas a dimensão do Zenit não merece esse particularidade”, disse sucintamente na conferência de imprensa de antevisão do jogo desta terça-feira, às 19h45.

Villas-Boas está convicto que não irá defrontar uma “águia” enfraquecida, tendo em conta os últimos resultados e a grande capacidade de Jorge Jesus em montar grandes equipas de forma bastante rápida.

“Acho que o que é de realçar é a velocidade com que Jesus monta as suas equipas. Os que jogaram no onze anterior, já evidenciam os princípios que o treinador quer no clube. Não se pode tirar mérito à velocidade com que o treinador montou esta equipa. Óbvio que passou por um momento de mudança radical. Esta vitória com o Setúbal eleva os níveis de confiança. Não vejo o Benfica enfraquecido, vejo cheio de talentos misturados o que torna esta equipa muito, muito forte e, se calhar, uma das favoritas”, insistiu de seguida.

Em relação ao facto de haver três treinadores lusos no grupo C, o timoneiro explicou que este fator apenas realça a grande qualidade dos treinadores portugueses, situação que ganhou maior destaque a partir do momento em que José Mourinho atingiu as primeiras conquistas internacionais.

“Antes de mais evidencia a qualidade dos treinadores portugueses, não só em Portugal mas também na Europa, o que é gratificante para os nossos clubes. Um país como o nosso e graças ao José Mourinho que impulsionou isso mesmo. É importante exaltar o facto de estarem tantos treinadores portugueses [na Liga dos Campeões] e espero que todos marquem presença nos oitavos de final, sabendo que é impossível. O Witsel, Garay e Javi [García] fizeram a questão de dar a conhecer a alegria de voltar a um clube que significou tanto para eles, tem é de servir de motivação extra”, concluiu.