Começa a ser difícil falar num "Benfica europeu" quando são já 12 as derrotas sofridas nos últimos 15 jogos para a Liga dos Campeões. A formação 'encarnada' voltou a perder na prova milionária, agora em São Petersburgo, e pela primeira vez sofreu três golos na era Bruno Lage, todos eles resultantes de erros individuais e coletivos. O golaço de Raul de Tomas, já na reta final da partida, acabou por ser o único momento de brilho de uma equipa apática, que continua sem pontuar no Grupo G - Lyon e Zenit somam quatro pontos, seguidos do Leipzig, com três.

Na antevisão a esta partida, Bruno Lage disse que queria um Benfica à altura das exigências europeias e para isso apostou naquele que parecia, no papel, o seu onze mais forte - surpreendeu, ainda assim, a inclusão de Jardel em detrimento de Ferro. O que se viu em campo, contudo, foi uma equipa sem ideias para construir o seu jogo - raramente conseguia fazer três passes seguidos -, com pouca intensidade nas disputas de bola e um completo desnorte a nível defensivo.

Logo aos três minutos, Azmoun ultrapassou Jardel com maior das facilidades e obrigou Vlachodimos a defender com os pés. Aos 9' foi a vez de Oleg Shatov atirar ao ferro. O Zenit foi sempre mais rápido e perigoso, enquanto as 'águias' procuravam ameaçar apenas com remates de meia-distância, exceção feita ao cabeceamento de Seferovic ao minuto 5, após canto de Pizzi.

Tanto facilitismo acabou por resultar no primeiro golo russo, à terceira tentativa. Fejsa perdeu a bola em zona proibida para Ozdoev, e Dzyuba (22') aproveitou para dar a vantagem (merecida) ao conjunto de São Petersburgo.

Em vantagem, o Zenit ficou ainda mais confortável no jogo, com a dupla Ozdoev-Barrios a dificultar as tentativas do Benfica em criar perigo. Driussi, um dos mais desequilibradores, esteve perto do 2-0 pouco antes do intervalo, mas o remate em arco saiu ao lado da baliza de Vlachodimos.

A reação dos 'encarnados', contrariamente ao que se esperava, nunca apareceu. A segunda parte colocou a nu ainda mais as fragilidades defensivas da equipa de Bruno Lage e o que se seguiu foi apenas uma inevitabilidade. Aos 70 minutos, já depois das entradas de Carlos Vinícius e Caio Lucas para os lugares de Fejsa e Pizzi, Barrios colocou a bola em profundidade para Karavaev, o lateral russo ensaiou o cruzamento, e Rúben Dias, na tentativa de corte, acabou por desviar para a própria baliza (70'). Ainda houve um compasso de espera para o VAR analisar o lance, mas não havia qualquer ilegalidade.

A apatia geral do Benfica voltou a manifestar-se no 3-0: após livre batido rapidamente a meio-campo, Dzyuba deixou passar para Azmoun, que ultrapassou Vlachodimos e atirou para o fundo da baliza. O avançado iraniano voltaria a bater o guardião grego, mas desta vez estava ligeiramente adiantado.

O melhor que o conjunto 'encarnado' conseguiu fazer foi reduzir aos 85’, com um grande remate de Raul de Tomas, que tinha acabado de entrar, aproveitando um erro de Osório, defesa venezuelano emprestado pelo FC Porto. Foi o primeiro golo oficial do avançado espanhol pelo Benfica e o único aspeto positivo da viagem das 'águias' à Rússia.

O momento

Autogolo de Rúben Dias: É certo que o Zenit sempre esteve mais perto do 2-0 do que o Benfica do empate, mas o momento infeliz do defesa central 'encarnado' é bem representativo do atordoamento da equipa.

O melhor

Azmoun: O avançado iraniano fez uma boa dupla com Dzyuba e soube aproveitar a passividade defensiva do Benfica desde cedo. Logo aos 2' rematou com perigo após atrapalhação entre Fejsa e Gabriel. Veloz e irrequieto, assinou o terceiro golo do Zenit num momento em que os 'encarnados' estavam completamente desligados do jogo, e ainda viu o 'bis' ser-lhe anulado por posição irregular.

O pior

Equipa do Benfica: Podíamos individualizar e falar de Pizzi, sempre muito apagado, ou Fejsa, que cometeu um erro imperdoável em jogos deste calibre, mas não seria suficiente. Foi a pior exibição do conjunto de Bruno Lage na temporada, frente a um adversário que, teoricamente, nem era dos mais temíveis.

Reações

Bruno Lage: "Estou aqui para assumir tudo o que aconteceu em campo"

Raul de Tomás: "Não digam que não nos podemos apurar"

Gabriel: "Temos de estar preocupados com o nosso desempenho"

Jardel: "Conseguimos abafar bem a equipa deles"

Luís Filipe Vieira: "Estamos tristes, para não dizer envergonhados"

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