O Arsenal vai poder viajar para defrontar o Benfica na Liga Europa. O governo inglês proibiu viagens a partir de Portugal e outros países devido a nova estirpe do coronavírus que surgiu no Brasil mas há exceções.

De acordo com o jornal 'The Sun', o executivo de Boris Johnson decidiu que tal medida não se aplica ao desporto de elite, onde os protocolos de anti-COVID são muito apertados. São os casos do futebol e râguebi, pelo que as equipas inglesas que estão nas provas da UEFA (Liga dos Campeões e Liga Europa) poderão viajar e receber os adversários.

Assim, os 'gunners' poderão viajar para Lisboa para defrontar os 'encarnados' nos 16 avos de final da Liga Europa, no dia 18 de fevereiro. As 'águias' poderão fazer o mesmo, uma semana depois.

O Governo britânico anunciou no dia 14 de janeiro a "decisão urgente" de proibir viagens para o Reino Unido de vários países da América do Sul, de Portugal e de Cabo Verde, para evitar a propagação de uma nova estirpe do SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19.

Desde as 04h00 de sexta-feira, os passageiros que estiveram ou transitaram pela Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Cabo Verde, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Paraguai, Panamá, Portugal (incluindo Madeira e Açores), Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela nos últimos 10 dias não serão autorizados a entrar no Reino Unido. Cidadãos britânicos e irlandeses ou nacionais de países terceiros com direito de residência no Reino Unido, tal como emigrantes portugueses a viver no país, poderão entrar, mas serão obrigados ficar em quarentena durante 10 dias.

O Governo britânico vai também suspender as ligações aéreas com países daquela lista com voos diretos para Inglaterra, nomeadamente a Argentina, Brasil, Cabo Verde e Portugal, incluindo Madeira e Açores. Os camionistas que viajem a partir de Portugal estão isentos deste bloqueio para permitir a circulação de bens essenciais.

A decisão foi tomada numa reunião do comité ministerial Covid-19, com base em informação do Grupo Consultivo de Ameaças de Vírus Respiratórios Novos e Emergentes (Nervtag) sobre novos vírus, formado por cientistas que aconselham o Governo sobre a pandemia covid-19, adiantou o jornal The Guardian.

A Escócia já anunciou medidas semelhantes, devendo as restantes regiões (País de Gales e Irlanda do Norte) fazer o mesmo.

Os voos diretos entre o Brasil e o Reino Unido já haviam sido proibidos no mês passado, quando o governo brasileiro tentou impedir que a estirpe britânica do vírus, altamente transmissível, chegasse ao país.

Portugal manteve os voos, mas só para nacionais portugueses e britânicos com residência no país que apresentassem um resultado negativo num teste feito até 72 horas antes do embarque.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tinha revelado na quarta-feira passada estar preocupado com uma nova estirpe originária do Brasil do SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19, e indicou estar a preparar medidas para impedir a sua entrada no Reino Unido.

O Daily Telegraph noticiou que a estirpe da Covid brasileira pode infetar pessoas que recuperaram do vírus, depois de cientistas terem descoberto que a nova estirpe brasileira sofreu mutações que a tornam mais infecciosa e tem alterações que a ajudam a escapar às defesas do sistema imunológico.

Um estudo publicado no ano passado sugeriu que 76% das pessoas em Manaus contraíram o coronavírus em outubro, o que deveria ter produzido imunidade de grupo, mas a cidade registou um aumento inesperado de novos casos no mês passado e agora declarou estado de emergência, com hospitais a atingir 100% da capacidade.

O Telegraph cita um novo estudo internacional que inclui cientistas do Imperial College e da Universidade de Edimburgo, que descobriu que 41% dos casos atuais em Manaus são causados pela nova estirpe.