A segunda prova da UEFA, que veio substituir a Taça UEFA, opõe nesta sua primeira final dois "outsiders" na montra do futebol europeu, que ali chegaram com percursos muito distintos, mas com a mesma ambição de vencer.

O Atlético Madrid começou o trajecto europeu ao mais alto nível, no “play-off” da milionária Liga dos Campeões, enquanto o Fulham teve que percorrer quase todo o caminho da Liga Europa, desde a terceira ronda de qualificação.

Sob o comando inicial de Abel Resino, os "colchoneros" falharam na "Champions" - ficaram atrás de Chelsea e FC Porto -, e, com uma má campanha no campeonato, encontraram a salvação da época já na Liga Europa.

Com a troca de treinador - saiu Resino e entrou o ex-benfiquista Quique Flores -, a equipa em que alinham Simão e Tiago acabou por disfarçar muitas lacunas e chegar onde talvez não se esperasse.

Nos oito jogos que fez na Liga Europa, desde os 16 avos de final, os madrilenos venceram apenas dois (fora com o Galatasaray e em casa com o Liverpool), num percurso feito à custa dos golos marcados fora.

Entre os “carrascos”, o Sporting, nos oitavos de final, com um empate sem golos em Madrid e outro a 2-2 em Alvalade.

Quarta-feira, na Arena de Hamburgo, Simão deverá ser uma das escolhas de Quique Flores, mas o médio Tiago estará inibido de jogar, por já ter representado esta época os italianos da Juventus.

A equipa “colchonera”, nona na Liga espanhola, terá algum favoritismo, sobretudo depois de ter conseguido afastar nas meias-finais os ingleses do Liverpool, que se apresentavam como grandes favoritos e tinha afastado anteriormente o Benfica.

Em Hamburgo, num jogo que será dirigido pelo italiano Nicola Rizzoli, o Atlético de Madrid procura o seu terceiro grande troféu europeu, depois da conquista da extinta Taça das Taças, em 61/62, e da Taça Intercontinental, em 1974.

No lado contrário estará um Fulham, 12.º da Liga inglesa e treinado pelo experiente suíço Roy Hodgson, que procura a primeira grande proeza europeia, logo na sua estreia numa final, em 131 anos de existência.

No que à história diz respeito, os ingleses continuam a ser uns "outsiders", ainda que tenham sido eles a tirar ao Hamburgo, nas meias-finais, a possibilidade de jogar esta final europeia em casa.

Contra quase todas as probabilidades, a equipa inglesa, que já afastara a Juventus e o Wolfsburgo na sua caminhada, eliminou o Hamburgo com um 0-0 na Alemanha e um 2-1 em Inglaterra.

A final, que está agendada para as 19:45 de quarta-feira, fica também, desde já, marcada pela necessidade do Atlético Madrid em antecipar a sua viagem, devido à nuvem de poeiras vulcânicas, e às queixas de Roy Hodgsdon, pelas mesmas razões.