O FC Porto levou um balde de água fria em tempo de compensação e empatou frente ao Manchester United (3-3), na segunda jornada da Liga Europa, somando os primeiros pontos na competição. Samu assume, obrigatoriamente, o protagonismo da partida depois de marcar dois golos e ter estado na génese de outro.
Vítor Bruno só fez uma alteração em relação ao onze que derrotou o Arouca, para a I Liga, introduzindo Eustaquio no lugar que foi de Vasco Sousa. Além disso, a equipa apresentou-se num 4-4-3 mais declarado, em vez do habitual 4-2-3-1, com Nico a baixar para o lado de Eustaquio, à frente de Varela
Já Ten Hag alterou quatro peças, tirando Ugarte, Mainoo, Garnacho e Zirkzee por troca com Casemiro, Eriksen, Diallo e Hojlund na equipa inicial.
O ambiente no Estádio do Dragão estava como se espera numa noite europeia, com 49.211 mil pessoas a pintar uma manta azul nas bancadas e a empurrar animicamente a equipa para a frente com cânticos ensurdecedores.
A entrada em campo foi intensa, com o FC Porto a criar uma jogada de perigo logo aos 2 minutos, obrigando Onana a uma defesa de recurso para travar o remate de Galeno. No entanto, foram mesmo os ingleses a abrir o marcador.
Rashford conduziu a bola pela esquerda, tirou Eustaquio e João Mário do caminho com relativa facilidade e depois rematou rasteiro, num lance em que Diogo Costa fica muito mal na fotografia, logo aos 8 minutos. O momento foi negativo para os portistas mas os adeptos não deixaram a equipa cair e imediatamente reativaram os cânticos de forma bem audível.
A reação foi positiva, mas não foi suficiente para travar o ímpeto dos 'red devils'. Decorria o minuto 20 quando Eriksen conquistou uma bola no meio-campo, galgou vários metros antes de tocar em Rashford e o inglês isolou Hojlund que conseguiu fazer a bola ultrapassar novamente Diogo Costa com um tiro potente.
O FC Porto estava a atacar mais assiduamente, mas não estava a conseguir finalizar o que criava. Tudo mudou aos 27 minutos, quando João Mário (que tanto estava a ser castigado por Rashford) fez um grande cruzamento para a área, Samu cabeceou para uma grande defesa de Onana e surgiu Pepê na recarga a relançar a equipa no jogo e a fazer o Dragão explodir de alegria.
O jogo entrou numa fase frenética, com claro ascendente dos portistas, que acabariam por ser recompensados. Após uma confusão na área, João Mário fez novo cruzamento milimétrico, mas desta feita Samu não deu hipótese e empatou a partida, recolocando alguma justiça no marcador (32').
O empate teve o condão de funcionar como um soporífero e adormecer um pouco o jogo, com as duas equipas a entrarem numa fase de menos correrias desenfreadas, adotando um futebol mais apoiado e com menos risco, pelo menos até ao intervalo.
Segunda parte de sacríficio acabou em alegria
O segundo tempo arrancou com a mesma intensidade do primeiro e, nem dois minutos estavam jogados, quando Francisco Moura arrancou pela esquerda e só parou na baliza de Onana, mas o camaronês disse presente e evitou o golo da reviravolta. Mas não por muito tempo.
Nem dois minutos depois, Nico lançou Pepê em velocidade, o brasileiro aguentou a carga de Lisandro Martínez e cruzou rasteiro para uma excelente finalização de Samu, que bisou e continua a encantar a plateia do Dragão.
Passando para a frente do marcador, o FC Porto baixou linhas e deu o controlo da posse de bola ao Manchester United, que circulava mas não conseguia furar a muralha defensiva. Ciente de que a equipa seria obrigado a um maior esforço defensivo, Vítor Bruno lançou Martim Fernandes para o lugar de Pepê, devolvendo João Mário à sua posição de origem de extremo.
O jogo no segundo tempo foi muito na base do Manchester United a atacar e o FC Porto a tentar controlar os ímpetos adversários e, aos 77 minutos, Vítor Bruno sentiu que era preciso dar sangue novo à equipa, com substituição tripla.
Samu, João Mário e Eustaquio deram os lugares a Deniz Gul, Fábio Vieira e Grujic, com o avançado espanhol a receber a maior ovação da noite, com adeptos de pé a aplaudir a sua magnífica exibição.
Pouco depois, os 'red devils' sofreram uma das maiores contrariedades da noite, que matou o jogo, quando Bruno Fernandes recebeu o segundo cartão amarelo. O internacional português atacou uma bola fora de tempo, raspando a cabeça de Nehuén Pérez com o pé e acabou expulso, sob uma assobiadela monumental.
Já em tempo de descontos, Harry Maguire foi às alturas e empatou o encontro com um cabeceamento letal, tirando ao FC Porto a hipótese de somar a primeira vitória nesta edição da Liga Europa.
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