O português Luís Castro, antigo treinador do Vitória de Guimarães, lamentou hoje a situação vivida pelo futebolista maliano Marega, alvo de insultos racistas, e disse que a situação o faz sentir “magoado” e “envergonhado”.
“No caso do Marega, primeiro quero enviar-lhe um abraço e dizer-lhe que todos nós, que temos respeito, ficamos magoados e sentimos aquilo como se fosse connosco”, disse Luís Castro, que na última época treinava o Vitória de Guimarães.
No domingo, no jogo entre Vitória e FC Porto, o avançado dos ‘dragões’ abandonou o relvado aos 71 minutos, depois de ser alvo de insultos racista por parte dos adeptos da equipa local, apesar de os companheiros e adversários o tentarem demover.
Luís Castro lembrou que também viveu no Shakthar Donetsk, sua atual equipa, situações semelhantes, de comportamento racista, para com os jogadores Dentinho e Taison, e disse, em jeito de crítica, que o mundo, nestas situações, se tem habituado a assobiar para o lado.
Em relação ao episódio no Estádio D. Afonso Henriques, o treinador insistiu que é uma situação que o faz “corar de vergonha” enquanto ser humano, por perceber que a humanidade “está muito aquém” do que devia ser.
O treinador deixou também críticas aos responsáveis governamentais e em relação àquilo que entende ser um contributo para a situação, o não investimento na educação.
“Devem corar de vergonha os governos e todos aqueles que não investem na educação e deveriam fazê-lo. São os governos que têm de garantir um bom futuro da humanidade e neste caso do cidadão. E eles não fazem isso, antes pelo contrário, desresponsabilizam-se. A educação muitas vezes não é olhada da forma atenta, como devia ser olhada. Não existe melhor ser humano sem educação, não é com uma multa, não é com um jogo de castigo. Há quem pense que é assim, porque não querem investir em outros lados e perceber o problema”, criticou.
Em relação aos incidentes de Guimarães, fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou identificação de várias pessoas suspeitas de dirigirem cânticos e insultos racistas a Marega, sem adiantar o número de suspeitos, acrescentando que continua a efetuar diligências para identificar outros envolvidos.
Luís Castro abordou o tema quando questionado na conferência de antevisão do jogo entre Shakhtar Donetsk e Benfica, a disputar na quinta-feira, em Kharkiv, da primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa, com início às 17:55 (hora de Lisboa).
Comentários