Bruno Lage está a atravessar o pior momento desde que chegou à equipa principal do Benfica. Os campeões nacionais vão em três jogos sem vencer, naquele que é a maior 'seca' de triunfos desde que Bruno Lage assumiu a equipa, a 03 de janeiro de 2019. Pede-se uma resposta a altura na Ucrânia esta quinta-feira, quando os 'encarnados' defrontarem o Shakhtar Donetsk, em jogo da primeira-mão dos 16 avos de final da Liga Europa

De 'matar' o Dragão a dar-lhe 'vida' em dois jogos

À entrada para a 20.ª jornada, o Benfica podia dar uma 'machadada' nas contas do título, com a visita ao Dragão. Uma vitória frente ao FC Porto aumentaria para dez os pontos de vantagem sobre os azuis-e-brancos, segundos na tabela, mas a derrota fez encurtar a distância para quatro pontos e levantar muitas dúvidas sobre as escolhas do treinador.

Os primeiros sinais tinham sido dados nos dois jogos anteriores, na Luz: o Benfica venceu pela margem mínima mas sofreu dois golos em ambos os encontros. A forma como o Belenenses SAD (19.ª jornada da I Liga) fez dois golos, em jogadas iniciadas pelo corredor esquerdo da defesa do Benfica, deixava antever alguns problemas frente ao Famalicão, uma equipa mais ofensiva e com outros argumentos.

E foi o que se viu, três dias depois, na primeira-mão das meias-finais da Taça de Portugal. A equipa de João Pedro Sousa explorou bem as fragilidades defensivas do Benfica, fez dois golos e levou a eliminatória para casa, onde o Benfica conseguiria um empate a uma bola, suficiente para seguir para a final da prova rainha do futebol português.

Neste ciclo infernal de jogos, o Benfica teria na Luz com o Braga um dos principais testes da época. A equipa minhota vinha de sete triunfos em oito jogos desde que Rúben Amorim pegou na equipa, sendo que quatro desses triunfos tinham sido frente ao FC Porto (vitória no Dragão para a Liga e triunfo na final da Taça da Liga), e ao Sporting (Primeira Liga e meia-final da Taça da Liga).

Na Luz, um golo de João Palhinha, emprestado pelo Sporting ao SC Braga, decidiu o encontro aos 46 minutos da primeira parte. O Benfica podia ter empatado, é verdade, mas os minhotos também tiveram oportunidades de aumentar a contagem. A derrota deixou o Benfica com apenas um ponto de vantagem na liderança da Primeira Liga. Em apenas duas jornadas, os 'encarnados' viram a vantagem na prova cair de sete para apenas um ponto, sendo que o Benfica tem desvantagem no confronto direto com o FC Porto em caso de empate no final da Liga (duas derrotas).

Além das duas derrotas seguidas na Liga e dos três jogos consecutivos sem vencer, saltou à vista os problemas defensivos dos campeões nacionais. Em apenas cinco jogos, o Benfica sofreu nove golos, quando tinha encaixado 24 nas restantes 32 partidas. Se tivermos em conta apenas os jogos em Portugal, o Benfica tinha encaixado 11 golos nos anteriores 26 jogos. Ou seja, em cinco partidas, sofreu quase metade dos golos que tinha encaixado nos 26 jogos em Portugal.

Foi na 'Champions League' que se começaram a ver os problemas defensivos do Benfica, com os 11 golos sofridos nos seis jogos da fase de grupos (o Benfica terminou em 3.º no seu grupo e caiu para a Liga Europa).

A juntar estes problemas defensivos, está também uma queda a nível de produção ofensiva. É verdade que o Benfica marcou três golos ao Belenenses SAD e Famalicão em casa e fez dois no Dragão (em condições normais, daria para vencer ou então não perder em casa do FC Porto, como recordou Bruno Lage) mas a produção ofensiva está longe de encantar. No Dragão isso foi visível, tal como frente ao Famalicão fora para a Taça. Frente ao SC Braga (sem qualquer remate enquadrado na primeira parte) foi o terceiro jogo da época sem golos na Luz, depois da derrota 0-2 com o FC Porto e do empate 0-0 com o Vitória de Guimarães para a Taça da Liga.

Dar resposta na Ucrânia

Bruno Lage vai querer uma resposta assertiva da equipa em Kharkiv, Ucrânia, esta quinta-feira, quando o Benfica defrontar o Shakhtar Donetsk, em jogo da primeira-mão dos 16 avos de final da Liga Europa. Uma prova onde o Benfica deposita reais aspirações de vencer, depois do forte investimento no plantel. O Benfica está invicto nos 16 avos de final da Liga Europa e com cinco apuramentos em cinco presenças.

Mas não será tarefa fácil. Pela frente, terá uma equipa com muita qualidade, dotada de jogadores muito técnicos, muitos deles brasileiros. Uma equipa muito disciplinada, orientada pelo português Luís Castro.

O Benfica, que ganhou no reduto do Shakhtar por 2-1 em 2007/08, com um ‘bis’ de Cardozo, não estará na máxima força, face às baixas de Gabriel e do castigado Weigl, com o ‘capitão’ André Almeida ainda em dúvida. Nos ucranianos, Dodó é baixa, por castigo.

A favor dos ‘encarnados’ apenas o facto de o Shakhar Donetsk estar em plena ‘pré-temporada’, já que o campeonato está parado há mais de dois meses – o último jogo oficial do ‘onze’ de Luís Castro data de 14 de dezembro de 2019.

Este ciclo infernal de jogos complicados fecha-se a 27 de fevereiro, com a receção aos campeões ucranianos na Luz, onde o Benfica espera carimbar o passaporte para os oitavos de final da Liga Europa.

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