Os treinadores de Altético de Madrid e Marselha reconheceram hoje a importância da maior experiência da equipa espanhola na final da Liga Europa de futebol, mas ambos consideram que não será um fator decisivo na quarta-feira.

Em conferência de imprensa de antevisão do jogo que se vai disputar em Lyon, França, o argentino Diego Simeone, técnico do Atlético, disse que "haverá muitos sentimentos, muitas emoções, muita ilusão, mas, sobretudo, muita humildade" e mostrou-se "convicto de que será uma bela final entre duas equipas com um jogo semelhante, de jogo direto e uma boa circulação de bola".

"O Marselha é uma equipa perigosa em toda a sua faceta ofensiva, o que inclui lances de bola parada", sublinhou Simeone, sublinhando a os laterais "verticais e ofensivos", bem como "muita gente jovem no meio, sobretudo [Maxime] Lopez, que joga muito bem".

O técnico também destacou "o ritmo que vai impor" o médio Dmitri Payet, bem como a "velocidade da sua cabeça" e "o jogo que sai dos seus pés", tratando-se de um jogador fundamental no Marselha. "É uma equipa que está nem preparada, que tem um treinador que fez sempre bom trabalho por onde passou e que vai produzir um jogo intenso que teremos de levar para onde nos sintamos melhor", acrescentou.

Sobre o facto de esta ser a quinta final europeia do Altético nos últimos nove anos - três na Liga Europa e duas na Liga dos Campeões -, Simeone disse que "a experiência é um dado importante, mas acaba por não ser totalmente influente no jogo", sublinhando que "o Marselha é uma equipa muito bem trabalhada, com vontade, que faz pressão e que aproveita o ritmo altos dos seus três médios".

Suspenso para a final, como já tinha acontecido na segunda mão das meias-finais, frente ao Arsenal, Simeone deu como exemplo o encontro com os ingleses para minimizar esse facto e manifestou grande confiança no seu adjunto: "Estou triste por não poder estar nesta final, mas eu e German [Burgos] conhecemo-nos desde sempre. Somos muito chegados e concebemos o futebol da mesma forma".

Sobre o capítulo da experiência, o treinador do Marselha, Rudi Garcia, lembrou as três finais do Atlético nos últimos seis anos e o facto de a equipa 'colchonera' vir da Liga dos Campeões, enquanto os marselheses passarem pelas pré-eliminatórias da Liga Europa.

"Mas não esqueço que também temos jogadores experientes. Temos aqui dois [Dimitri Payet e o guarda-redes Steve Mandanda] e dois jogadores que já ganharam a Liga Europa, Adil Rami e [o português] Rolando, e uma Liga dos Campeões, com Luiz Gustavo. Também temos jovens que não estão habituados a estes momentos. Mas falámos, é melhor estar sereno, tranquilo, não jogar antes do jogo. É preciso estar presente às 20:45 [19:45 em Lisboa] e depois largar os cavalos, não antes", disse o técnico.

A propósito do facto de nenhum clube francês alguma vez ter conquistado a Liga Europa, nem a antecessora Taça UEFA, Rudi Garcia lembrou que "festeja-se os 25 anos da única vitória de um clube francês na Taça dos Campeões [o Marselha] e é uma oportunidade melhor do que nunca para ser a primeira eqiopa a ganhar a Liga Europa".

"Temos uma história de amor com a Taça dos Campeões que data dos anos 90. Todos queremos seguir os passos dos nossos antecessores. Sabemos que temos o Atlético no nosso caminho, que será muito difícil, mas isso só via engrandecer o nosso feito se ganharmos", acrescentou.

Garcia concordou com Simeone em relação às semelhanças das equipas, sobretudo nas "parecenças de caráter", e manifestou "muito respeito pelo Atlético, que tem mais experiência".

"Tenho pena que o meu homólogo do Atlético não esteja no banco, é triste que esteja suspenso, penso que é difícil para um treinador ficar privado de viver um jogo peto dos seus jogadores. [A sanção] Não retira nada ao formidável treinador que é Diego Simeone, alguém que ganhar, que realizou um trabalho excelente com o Atlético de Madrid, colocando-o entre os maiores da Europa", frisou o técnico francês.

Questionado sobre a possibilidade de alinhar com três centrais para tentar conter os avançados Diego Costa e Antoine Griezmann, Garcia disse que "tudo é possível" e que "a vantagem esta época foi ter trabalhado todos os esquemas táticos e a equipa ter respondido bem às escolhas".