Leonardo Jardim foi contratado esta temporada como treinador do Mónaco com o objetivo de ser campeão. Mas a verdade é que Vadim Vasykliev, dono do clube, procedeu a uma verdadeira alteração no projeto e pretende agora apostar em jovens valores para fomar uma equipa competitiva. Mesmo assim, o português quer “cumprir o contrato de dois anos” que o liga ao clube e “fazer tudo para ganhar”.
“Quando assinei, o projeto era forte, para ganhar, com jogadores como Falcao ou James. Depois, Vadim Vasykliev disse que as coisas iam mudar. Mas eu sou o treinador do Mónaco, apoio este novo projeto da mesma forma. O meu trabalho é ajudar o clube com os jovens que precisam de crescer”, explicou em entrevista ao jornal “L’Équipe”.
Depois de ver sair Falcao (Manchester United), James Rodríguez (Real Madrid) e Rivière (Newcastle), o técnico de 40 anos não assume uma candidatura ao título e assegura que ficar entre os cinco primeiros classificados da liga francesa é algo positivo.
“Falcao, Rivière e James, entre eles marcaram 33 golos. São precisos sempre três, quatro golos por jogo e eles estavam lá. É difícil imaginar que podemos ganhar o Campeonato. A ambição é chegar aos cinco primeiros lugares. Não quero uma equipa cautelosa, assustada, com três guarda-redes e oito defesas. Não é a imagem do futebol que eu amo”, adiantou de seguida.
O madeirense tem sofrido alguma contestação em França, mas Jardim acredita que é uma situação normal, que surge quando há maus resultados, e defende que os gauleses têm preferência por técnicos daquele país.
“Quando uma equipa não ganha, as pessoas apontam o dedo ao treinador, é assim em todo o lado. E quando o treinador é português e pouco conhecido é ainda mais fácil. Vocês não me conhecem, em Portugal, os treinadores franceses também não são muito conhecidos. Primeiro, olhamos para o nosso país, é normal. A impressão que tenho é que, em França, as pessoas são nacionalistas. Defendem os compatriotas e menos os estrangeiros”.
Leonardo Jardim defendeu ainda João Moutinho, que tem sido alvo de críticas por parte da imprensa francesa, devido ao facto de não marcar tantos golos quanto se esperava.
“Em França, quando chega um jogador desconhecido, espera-se logo que comece a marcar golos e a fazer assistências. Moutinho não faz uma coisa nem outra. Está no auge da idade, é importante na recuperação de bolas, joga de três em três dias, coloca intensidade e pode jogar em qualquer posição no meio campo. Pressiona os adversários e ajuda no ataque e na defesa. Não é um jogador de decisão”, concluiu.
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