Lionel Messi disse em entrevista ao canal beIN Sports, transmitida no domingo em França, que conquistou tudo o que havia para conquistar como jogador. O craque argentino acrescentou que não ter vencido a Liga dos Campeões com o Paris Saint-Germain foi uma das "grandes decepções" da carreira.

O avançado argentino, que acaba de completar 36 anos, destacou que o seu dia-a-dia não mudou após a conquista do Mundial de Futebol pela Argentina, em dezembro de 2022, no Qatar.

"A verdade é que não mudou absolutamente nada. A única coisa que posso dizer é que sou, que somos, campeões mundiais, e que não tenho mais nada a conquistar, que já conquistei tudo", disse o craque.

Nas duas épocas que esteve em Paris, ficou a pedra no sapato de não ter conseguido dar ao clube francês o tão sonhado título da Liga dos Campeões, que Messi conquistou quatro vezes com o Barcelona.

"Um dos grandes objetivos era a Liga dos Campeões e a verdade é que não o conseguimos durante os dois anos. Acho que foram grandes decepções, mas acho que é preciso dar importância também aos campeonatos que foram conquistados", afirmou o jogador de 36 anos.

Depois de uma grande recepção em 2021, ano em que chegou a Paris, esta época começaram a ser ouvidas críticas e assobios dos torcedores do PSG contra Messi, principalmente no regresso após o Mundial2022, quando a equipa francesa foi eliminada nos oitavos de final da Liga dos Campeões.

"No início foi uma coisa muito linda. Depois, as pessoas começaram a tratar-me de forma diferente. Uma parte dos adeptos em Paris... a grande maioria continua a ver-me e a tratar-me no início. Mas sim, houve uma ruptura com uma grande parte dos adeptos do PSG, o que não era minha intenção, longe disso (...). Mas levo comigo todas as pessoas que me respeitaram, como sempre respeitei a todos desde que cheguei e nada mais", explicou Messi.

"Foi uma adaptação muito difícil (a Paris), muito mais do que eu esperava, apesar do facto de já conhecer pessoas no balneário. Foi difícil a adaptação, não ter uma pré-temporada, adaptar-me a um novo clube, a uma nova forma de jogar, aos novos colegas, à cidade à qual no início foi muito difícil adaptar-me, para mim e toda a minha família", acrescentou.

Vencer um Mundial de Futebol é a coisa mais linda do Mundo

Messi relembrou na entrevista a campanha no Campeonato do Mundo, em dezembro passado, no Qatar, vencida pela Argentina.

"É o Mundial mais lindo de todos e o mais especial também. Um Mundial de futebol é diferente de tudo, pela forma como é vivido, dada a repercussão no mundo todo. Cada país a vive à sua maneira. E como a Argentina a vive é lindo demais e isso a torna tão especial. É um mês em que o país fica parado e tudo acontece entre os jogos do Mundial", começou por recordar Messi.

"Sabíamos que éramos um dos candidatos, mas que um Campeonato do Mundo é muito difícil. Muitas coisas têm que acontecer para se ganhar. Não sei se nos víamos como campeões, mas éramos sérios candidatos, como também havia outras seleções. O grupo em termos de confiança estava muito bem e fomos com o intuito de atingir o objetivo", disse ainda.

A competição começou mal, com uma derrota diante da Arábia Saudita no primeiro jogo.

"Começar assim foi um golpe muito duro para nós. A partir daí começamos a pensar e a jogar de outra maneira. Sabíamos que não poderíamos errar mais e que qualquer erro poderia deixar-nos de fora a competição. Foi um dos momentos difíceis para nós. A vitória sobre o México fez com que voltássemos a depender de nós mesmos e voltássemos a jogar com a tranquilidade com que tínhamos feito até o primeiro jogo do Campeonato do Mundo. Vendo com tudo aconteceu, embora tenha sido um golpe duro naquele momento, acho que foi um golpe na hora certa e no final foi bom para nós", acrescentou.

Na entrevista à beIN Sports, Messi lembrou que não eram apenas os argentinos que queriam ve-lo campeão do Mundo.

"Havia muita gente além dos meus companheiros que estavam muito felizes e emocionados porque eu fui campeão mundial. Acho que havia muitos adeptos, além do facto de terem apoiado as suas seleções, que queriam que a Argentina fosse campeã em parte por minha causa também. E para mim foi algo extraordinário que as pessoas vivam um Mundial dessa forma e queiram ver-me campeão mundial. Graças a Deus aconteceu", afirmou.

Na entrevista, Messi foi lembrado que marcou 496 golos na sua carreira em ligas nacionais.

"A esta altura da minha carreira não me preocupo com essas coisas, preocupo-me com o que vai ficar, com o que consegui conquistar tanto com a seleção argentina como em clubes. Tive a sorte de ganhar títulos importantes como a Champions, o Mundial de Clubes, os campeonatos, as Taças. Tive a sorte de ganhar tudo e é realmente isso que vai ficar no final da minha carreira. Tem isso também, os recordes ou golos, mas isso é secundário, são bons reconhecimentos. Ter alcançado os objetivos com a Argentina é caminhar para encerrar uma carreira extraordinária", finalizou.