O treinador português não ficou satisfeito com a decisão do presidente do Marselha de contratar Paul Aldridge para ser consultor no mercado de transferências - especialmente direcionado ao mercado inglês - e deixou no ar a possibilidade de deixar o clube francês.
Em causa está o facto de a contratação de Paul Aldridge colocar em causa as funções de Andoni Zubizarreta, diretor desportivo do Marselha e um dos responsáveis pela contratação de Villas-Boas.
"Foi uma decisão do presidente que Zubizarreta me comunicou na semana passada. Cabe ao presidente justificar essa escolha", começou por dizer.
André Villas-Boas não considera que a chegada de Aldridge "facilite a venda de jogadores para Inglaterra, mas o presidente é que tem de explicar. Recebi essa informação com surpresa e não quero falar mais sobre isso. Se for para ajudar o Marselha a sobreviver economicamente, até posso entender, mas, para mim, o que mais importa é manter o meu grupo para poder alcançar os objetivos que tracei."
"Vim para o Marselha por duas razões: primeiro pela dimensão do clube e segundo por causa de Zubizarreta. O meu futuro está diretamente ligado ao dele. Desportivamente demos, em seis meses, estabilidade a um dos clubes mais instáveis do mundo na relação com a imprensa e com os adeptos."
Por fim, André Villas-Boas admitiu mesmo que, depois desta decisão, não acredita na sua continuidade no Marselha até ao final do contrato, em 2021.
"Sinceramente, não posso garantir que ficarei. Deixei o futebol chinês onde recebia 12 milhões de euros líquidos para participar no Dakar. Sou um cidadão do mundo. Estive mais perto do futebol mexicano e argentino que do Marselha. Gosto de França, todos me respeitam e estou muito feliz aqui. Mas, quando nos conhecemos em Paris disse logo a Zubizarreta e ao presidente qual é o meu modo de vida. Não tenho limites geográficos, tanto posso treinar no Japão como no Brasil", referiu André Villas-Boas.
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