O jogador internacional moçambicano, João Mazive, perdeu a oportunidade de se transferir para o futebol luso, concretamente para o Marítimo, tudo porque a embaixada de Portugal em Maputo não concedeu ao lateral direito o visto de entrada em terras lusas em tempo útil para que fosse inscrito na Federação Portuguesa de Futebol.

O fato foi revelado pelo empresário do jogador, Bruno Morgado, Agente FIFA que tinha a garantia de colocação do defesa do Costa do Sol no futebol português. Morgado explicou esta manhã, numa conferência de imprensa, que «João Mazive realizou testes de captação que foram do agrado do Marítimo e demonstrou interesse em contratar o jogador, porém como o primeiro visto de entrada em Portugal era de curta duração teve que regressar a Maputo para integrar os trabalhos da seleção e efetuar um novo pedido de visto de entrada por 90 dias, tempo suficiente para chegar a acordo com o clube luso.»

No entanto, há mais de um mês que os serviços consulares de Portugal em Maputo não concedem o visto de entrada, muito menos explicam os motivos, fato que fez com que Mazive perdesse a primeira oportunidade, tendo em conta que o prazo de inscrições dos jogadores para a primeira Liga Portuguesa expirou a 31 de agosto.

«Ainda assim recebemos cartas de outros clubes da segunda divisão como Trofense, Vizela e Sporting de Covilhã que manifestaram o interesse em contratar o jogador e tínhamos que resolver tudo até ao dia 15 de setembro, para que fosse inscrito para atuar nessa divisão, porém uma vez mais não tivemos o visto de entrada concedido», queixou-se o Agente FIFA, Bruno Morgado.

Morgado disse não compreender este «comportamento arrogante e discriminatório» por parte da Embaixada Portuguesa em Maputo para com um «cidadão a quem já lhe foi concedido vistos de entrada para o espaço Schengen pela Embaixada da Alemanha que até concedeu um visto com entradas múltiplas e pela própria representação diplomática lusa. Aos cidadãos portugueses que querem vir trabalhar em Moçambique lhes é concedido visto de entrada até no Aeroporto Internacional de Maputo, pelo que sou de opinião que o nosso Ministério dos Negócios Estrangeiros deveria agir da mesma forma, pois o João Mazive não é o único moçambicano que passa por essa situação humilhante.»

«Esta atitude cortou as pernas ao João Mazive que é um jovem de 22 anos com muito potencial, merecendo evoluir num futebol mais avançado que o nosso», disse Bruno Morgado para depois acrescentar que «não sabemos qual será a reação dos agentes FIFA e dos clubes com quem estivemos a trabalhar, pois esta situação provocada pela embaixada portuguesa descredibiliza ainda mais o nosso futebol.»

O empresário do jogador diz estar expectante para ver qual será a atitude da mesma embaixada «dentro de dias quando a Federação Moçambicana de Futebol solicitar a emissão do visto de entrada para que o jogador faça parte da delegação dos “mambas” que deverá estágiar em Mafra, antes do jogo com o Marrocos a 13 de Outubro.»