Por um motivo ou outro, mais ou menos trágico, também Valentino Mazzola, Duncan Edwards, Laszlo Kubala, Bernd Schuster, Ian Rush, George Weah ou o ainda activo Ryan Giggs nunca disputaram a competição... que suas carreiras mereciam.

Alfredo Di Stefano foi “Bola de Ouro” em 1957 e 69 e é a grande referência da história do Real Madrid, que ajudou a conquistar as primeiras cinco edições da Taça dos Campeões Europeus, entre 1956 e 60.

Nascido a 04 de Julho de 1926 (conta 83 anos), foi melhor marcador dos campeonatos de Argentina, Colômbia e Espanha (cinco vezes) e internacional pelos três países.

Estas “trocas”, então permitidas, custaram-lhe a presença na fase final do Mundial de 1954, pois não lhe foi concedido jogar pela Espanha, que viria a falhar 1958 e voltou em 1962, mas sem Di Stefano, ausente devido a lesão.

Di Stefano será, assim, o melhor jogador da história entre os que nunca estiveram em Mundiais, mas não foi a única “lenda”, bastando lembrar George Best, que teve o “azar” de nascer em Belfast, na Irlanda do Norte.

Considerado um dos melhores jogadores britânicos da história, o sempre irreverente Best encantou no Manchester United, numa relação que teve como ponto alto o título europeu conquistado em Wembley (1968), face ao Benfica.

Por diversas vezes, a Irlanda do Norte esteve perto de se qualificar para o Mundial na “era” Best, mas quando o conseguiu, em 1982, já era tarde demais para o então ex-“7” do United, com 36 anos e “perdido” nos Estados Unidos.

A lista dos “7” do United é composta por enormes jogadores e inclui outra grande “estrela” que nunca disputou um Mundial, o francês Eric Cantona, o preferido de muitos adeptos do clube de Manchester.

Entre 1987 e 1995, Cantona representou os “bleus” 45 vezes (20 golos), mas, ainda a actuar em França, não foi eleito para o Mundial de 1990 e, quatro anos volvidos, a França falhou o apuramento para o Mundial dos Estados Unidos.

Desta forma, o jogador que mais brilhou ao serviço do Manchester United na década de 90, com exibições e golos memoráveis, bem como um pontapé, estilo “kong fu”, a um adepto, nunca pôde mostrar a sua arte num Mundial.

Outra grande figura do United sem Mundial é o extremo galês Ryan Giggs, que já conquistou duas Taças dos Campeões e 11 títulos ingleses, mas viu o seu acesso negado à prova porque o País de Gales só se qualificou em 1958.

Pelo mesmo motivo, também outro grande jogador galês nunca esteve no Mundial, o avançado Ian Rush, que brilhou intensamente no Liverpool, equipa na qual actuava na mesma altura um guarda-redes que também nunca pôde ir a uma fase final, o zimbabueano Bruce Grobbelaar.

A nacionalidade explica também as ausências do avançado liberiano George Weah, “Bola de Ouro” e “Jogador do Ano” da FIFA em 1985, do médio ganês Abedi Pelé ou do avançado finlandês Jari Litmanen.

Entre os grandes ausentes entram também duas vítimas de tragédias, de dois acidentes de avião: o italiano Valentino Mazzola perdeu a vida em Superga (1949), a um ano de poder brilhar no Mundial de 1950, e o inglês Duncan Edwards, de 21 anos, faleceu na sequência do desastre de Munique (1958).

Se uns não puderam, outros não quiseram, caso de Bernd Schuster, o brilhante médio da selecção alemã que, depois de encantar no Europeu de 1980, levando a RFA ao certo, abandonou a “Mannschaft” aos 24 anos, por desentendimentos com o seleccionador e algumas das “estrelas”.